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quinta-feira, 6 de abril de 2017

Em 4 cidades da Região Metropolitana do Recife, água a cada 5 dias


Cerca de 900 mil moradores dos municípios de Olinda, Paulista, Abreu e Lima e Igarassu, no Grande Recife, vão enfrentar um aumento no racionamento de água. Em vez de um dia com e três sem, como era até ontem, agora o abastecimento será feito a cada cinco dias. Segundo a Companhia Pernambucana de Saneamento (Compesa), a falta de chuvas deixou a Barragem de Botafogo em pré-colapso, com apenas 11,27% de seu volume, o pior resultado nos últimos dez anos, por isso a necessidade de redução da oferta.
"São seis anos de seca e a previsão da Apac (Agência Pernambucana de Água e Clima) é que a quadra chuvosa (abril a julho) terá índices abaixo da média, então precisamos nos ajustar à realidade", explica o diretor de tecnologia e de engenharia da Compesa, Rômulo Aurélio Souza. "E os outros mananciais que abastecem o Grande Recife estão em situação de alerta. Se chegarem a um estado crítico podemos aumentar o racionamento em outros pontos."
De acordo com o diretor, se chover a situação do Sistema Botafogo pode melhorar rapidamente, uma vez que ele conta com captações a fio d’água nos Rios Arataca, Monjope, Cumbe, Tabatinga e Conga. Enquanto isso não acontecer, serão captados apenas 200 litros por segundo da barragem, quando o normal seriam 700 litros. "Nesse modelo, não há como ela entrar em colapso", assegura.
Uma outra alternativa para melhorar a captação e reduzir o racionamento é fazer uma transposição do Rio Capibaribe para a barragem, por meio da construção de uma adutora de 7,6 quilômetros, o que permitiria uma vazão de 460 a 1,2 mil litros por segundo.
Hoje, a diretoria do órgão tem reunião no Ministério da Integração para tentar viabilizar os R$ 30 milhões necessários para execução da obra, citada como prioritária pelo governador Paulo Câmara em fevereiro de 2015, para enfrentar a crise hídrica do Estado, mas até hoje sem recursos. "O trabalho pode ser executado em seis meses, se houver verba. Com a transposição, a barragem não dependeria apenas da água da chuva", destaca.
Os municípios de Olinda, Paulista, Abreu e Lima e Igarassu já convivem com o racionamento há cerca de dez anos, segundo a Compesa. Itapissuma e Itamaracá não entram no esquema porque são abastecidos por 140 poços perfurados pelo órgão em 1999. E Olinda, apesar de estar passando por grande obra para melhoria da distribuição de água, só terá os resultados esperados se chover. O novo calendário de abastecimento está no site www.servicos.compesa.com.br.
DECRETO
Ontem, o governo também publicou no Diário Oficial decreto de situação de emergência em 56 municípios do Sertão, por 180 dias, diante da falta de água, das perdas na agropecuária e da precariedade da população. "O decreto é importante para executar obras de forma emergencial", salienta Rômulo Souza. "No Agreste e Sertão temos 37 municípios em colapso e 37 em pré-colapso."
O decreto abrange os municípios de Afogados da Ingazeira, Afrânio, Araripina, Arcoverde, Belém do São Francisco, Betânia, Bodocó, Brejinho, Cabrobó, Calumbi, Carnaíba, Carnaubeira da Penha, Cedro, Custódia, Dormentes, Exu, Flores, Manari, Moreilândia, Mirandiba, Orocó, Ouricuri, Parnamirim, Petrolândia, Petrolina, Quixaba, Salgueiro, Santa Cruz, Santa Cruz da Baixa Verde, Santa Filomena, Santa Maria da Boa Vista, Santa Terezinha, São José do Belmonte, São José do Egito, Floresta, Granito, Ibimirim, Iguaraci, Inajá, Ingazeira, Ipubi, Itacuruba, Itapetim, Jatobá, Lagoa Grande, Serra Talhada, Serrita, Sertânia, Solidão, Tabira, Tacaratu, Terra Nova, Trindade, Triunfo, Tuparetama.

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