ACADEMIA

quinta-feira, 20 de abril de 2017

Mais 700 mil pessoas devem ser atendidas pela transposição do São Francisco em dois meses


O Ministério da Integração Nacional anunciou que a água da Transposição do Rio São Francisco chegou ao espelho d’água do reservatório Epitácio Pessoa, em Boqueirão, na Paraíba, às 20h13 dessa terça-feira (18). A expectativa agora é de que em dois meses o projeto comece a beneficiar 700 mil pessoas em Campina Grande, a segunda maior cidade do estado, e em outros 17 municípios no entorno.
O fornecimento e o tratamento da água que chega da transposição serão de responsabilidade do governo da Paraíba, que só poderá usá-la no abastecimento diário da população quando o nível do açude superar 8% de sua capacidade. Hoje está em 2,9%. Além de Campina Grande, serão contemplados os municípios de Barra de Santana, Caturité, Queimadas, Pocinhos, Lagoa Seca, Matinhas, São Sebastião de Lagoa de Roça, Alagoa Nova, Boqueirão, Boa Vista, Soledade, Juazeirinho, Cubati, Pedra Lavrada, Olivedos, Seridó e Cabaceiras.
A água chegou à Paraíba em 10 de março, beneficiando a cidade de Monteiro. Lá, são 33 mil moradores atendidos. Nesse trecho da transposição, que é o eixo leste, a água é captada em Floresta, no Sertão pernambucano, e passa por 300 quilômetros de canais até o Rio Paraíba. Apesar de a maior parte do projeto passar por Pernambuco, no Estado, são atendidos apenas 35 mil moradores de Sertânia, também no Sertão, onde um açude apresentou vazamento uma semana antes da abertura das comportas do reservatório de Campos.
Quando estiver pronta nos dois eixos, a transposição deverá atender mais de 12 milhões de pessoas em 390 municípios de Pernambuco, Ceará, Paraíba e Rio Grande do Norte. Porém, o eixo norte está com um trecho de obras paradas entre Cabrobó (PE) e Jati (CE) e, apesar de o presidente Michel Temer (PMDB) ter prometido entregá-lo até o fim do ano, o contrato da licitação que escolheu a empresa que irá conclui-lo ainda não foi assinado.
Há também diversas obras complementares atrasadas. Entre elas estão a Adutora e o Ramal do Agreste, essenciais para levar a água do São Francisco a essa região de Pernambuco que é atingida pela seca há mais de cinco anos. A primeira está em andamento desde 2013, com boa parte de recursos da União. A segunda sequer saiu do papel e a previsão é de que seja concluída só em 2020.
A transposição é alvo de três políticos principalmente. Com baixa popularidade no Nordeste, Michel Temer usa a obra para melhorar a avaliação na região. De olho nas eleições de 2018, o governador de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB), também aproveita o projeto para se aproximar dos nordestinos – ele chegou a emprestar bombas através da Sabesp, a Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo, e visitar o canteiro em Sertânia. O ex-presidente Lula (PT), também visando a disputa do ano que vem, foi a Monteiro com uma comitiva petista para o que chamou de “inauguração popular” da obra.

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