ACADEMIA

domingo, 18 de junho de 2017

Temer agrupa tropa de choque contra denúncia da PGR


O presidente Michel Temer utilizou sua experiência como ex-presidente da Câmara (que comandou por três vezes) para montar uma tropa de choque, pequena mas empenhada, na Casa com o objetivo de barrar a denúncia que deverá ser apresentada pela Procuradoria-Geral da República contra ele. A linha de frente é formada por um quarteto que começa com o próprio presidente da Câmara, deputado Rodrigo Maia (DEM-RJ), o mais importante aliado de Temer dentro da Casa, e é fechado pelos deputados Beto Mansur (PRB-SP), Darcísio Perondi (PMDB-RS) e o recém-chegado Carlos Marun (PMDB-MS), porta-vozes habituais do Planalto.
A lealdade da base aliada será ainda mais importante e posta à prova com repercussão negativa que deve ter para Temer a entrevista de Joesley Batista à revista "Época". Depois de ganhar sobrevida com a absolvição do TSE, Temer ampliou o grupo de defensores. Os líderes do governo no Congresso, André Moura (PSC-SE), e na Câmara, Aguinaldo Ribeiro (PP-PB), passaram a atuar mais ativamente. O Planalto intensificou a ofensiva junto a deputados do chamado "centrão" e angariou mais apoios. O grupo distribui as articulações por assuntos: denúncia contra Temer; votação das reformas; ataques ao ministro do STF Luis Edson Fachin; e pedidos de fiscalização da JBS e do BNDES, deflagrados depois da delação de Joesley Batista.
Vice-líder do governo na Câmara, o deputado Beto Mansur (PRB-SP) une as articulações políticas e econômicas. Ele vai ao Planalto praticamente todos os dias, e nos finais de semana mantém contato direto com o presidente, tendo sido enviado como interlocutor de Temer a São Paulo para articular com tucanos, como o prefeito João Doria, a permanência do partido no governo, como ocorreu na última segunda-feira.
— O Michel agora vai ter a oportunidade de se defender. Ele está tomando bordoada há semanas, sem nada concreto, disse Beto Mansur.
O primeiro passo de tramitação de uma denúncia da PGR contra Temer na Câmara é a avaliação de sua admissibilidade na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ), onde o controle do governo é visível. Há três semanas, a oposição tenta discutir na CCJ, sem sucesso, a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) que prevê eleições diretas para a Presidência, em caso de vacância do cargo até o limite de seis meses do fim do mandato.

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