Nascido em Itacuruba, mas radicado na Capital do Xaxado, Diego George da Silva Santos, 29 anos, é filho de quilombolas da comunidade Negros de Gilú de Itacuruba e junto da sua família enfrentou as dificuldades através da educação e atualmente é doutorando na UFPE em Ciências da Computação.
O jovem iniciou o curso de Engenharia Elétrica na UFPE, mas migrou para Sistemas de Informação na UFRPE/Uast e tem mestrado em Engenharia da Computação pela UPE.
Ao blog, sua mãe Maria da Penha Santos, de 51 anos, relatou que desde a infância o Diego se destacou como estudante e também um curioso por eletrônicos.
“Nós sempre estimulamos e a madrinha dele, Iolanda Teixeira, o alfabetizou. Aqui em Serra ele estudou na Nova Geração e mesmo quando íamos matriculá-lo no estado, por conta de gastos que tínhamos com problemas de saúde do irmão dele, ganhou uma bolsa de estudos. No Ensino Médio foi para o Colégio de Aplicação e sempre apresentando as melhores notas, no vestibular da Uast ele passou em segundo lugar”, relatou.
CARREIRA DE SUCESSO
Entre os amigos, Diego é conhecido como Thuran (ex-zagueiro da seleção francesa de futebol), apelido que ganhou ainda adolescente e que combina com o seu gosto pelo futebol.
A intelectualidade peculiar de Diego também está ressaltada em seu gosto por cinema, livros, jogos e séries, passatempos favoritos da geração “geek”.
O rapaz prodígio fala inglês fluentemente, já deu aulas na Uast, apresentou trabalhos em Curitiba, São Paulo e até mesmo no México.
Em meio há tantos estudos, o jovem já garantiu um emprego como assistente administrativo educacional na Secretaria de Educação de Pernambuco, e trabalhou ao lado dos pais, Penha e Jânio, na EREM Cornélio Soares.
VENCENDO BARREIRAS
A origem quilombola de Diego é mais um detalhe, mas ao longo de sua jornada enfrentou discriminação racial, mesmo com a situação privilegiada dos pais que puderam lhe proporcionar educação de qualidade.
“Ele me relatou que nas pós-graduação as pessoas comentaram que ele só estaria no curso por ser negro e as políticas de cotas possibilitaram isso. Graças ao meu esforço e do pai dele, Diego nunca precisou de cotas. Sempre foi aprovado por seu esforço. E mesmo que tivesse usado as cotas não tira a inteligência dele”, relatou a mãe.
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Observação: somente um membro deste blog pode postar um comentário.