ACADEMIA

segunda-feira, 16 de setembro de 2019

Mudança em fundo bilionário pode comprometer desenvolvimento econômico do Nordeste


O futuro dos mais de R$ 40 bilhões de subsídios creditícios movimentados pelo Fundo Constitucional de Financiamento do Norte (FNO), do Centro-Oeste (FCO) e do Nordeste (FNE) está no radar de mudanças do governo federal. Na semana passada, o ministro da Economia, Paulo Guedes, afirmou que esses fundos podem entrar na proposta de novo pacto federativo - a ser discutida no Congresso Nacional, deixando nas mãos da “classe política” a decisão sobre uma possível desvinculação desses recursos, com possibilidade de gestão do dinheiro por entidades privadas ou até mesmo o repasse direto a Estados e municípios do montante que é usado para reduzir as desigualdades inter-regionais do País.

Para quem acompanha de perto os investimentos feitos a partir dos fundos, sobretudo do FNE, no caso do Nordeste, uma mudança nessas carteiras regidas pela Constituição inspiram uma série de cuidados para não comprometer o já lento desenvolvimento econômico da região. “É um atrativo. Funciona como um diferencial ter o FNE no modelo que se vê. Temos diversos empresários de outras regiões que já chegam aqui vislumbrando as taxas praticadas pelo FNE para conseguir crédito. Agora, por exemplo, vivemos um momento de grande procura dos empreendimentos voltados à energia renovável, e além das condições naturais do Nordeste, esse negócios migram para cá por conta das taxas disponíveis”, diz a sócia da Consultoria Guimarães Ferreira, Ana Luiza Ferreira.

Atuando há 28 anos no mercado, só a consultoria já viabilizou mais de 1 mil negócios com uso de recursos do FNE, o que representa investimentos acima dos R$ 7 bilhões em todo o Nordeste.

“Na nossa visão, o papel do FNE e do Banco do Nordeste é efetivo para desenvolvimento da região. Agora, os fundos nas outras regiões não têm tido tanto sucesso assim. Muitas vezes, esses recursos são alocados e nem sempre dão a destinação determinada pela Constituição”, ressalta Ana, ao destacar que repassado direto a Estados e municípios, os recursos correm risco de ir do investimento a dinheiro para custeio de despesas. Por Jc Online.

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