Uma situação absurda, envolvendo a bandeira de Pernambuco, aconteceu no Catar, após o apito final de Arábia Saudita e Argentina, nesta terça-feira (22). Correspondente da Folha na Copa do Mundo, o repórter Victor Pereira conversava com voluntárias pernambucanas próximo ao Lusail Stadium, quando foram surpreendidos com a atitude de alguns policiais locais.
Eles apreenderam a bandeira do Estado, ao confundi-la com símbolos da causa LGBTQIA+. Além disso, confiscaram o celular de Victor, enquanto ele entrevistava as pernambucanas. O aparelho só foi devolvido, após o repórter apagar as filmagens. A bandeira pernambucana também foi recuperada, depois de provarem não ser algo relacionado ao movimento político e social proibido no país do Oriente Médio.
De acordo com o cientista político pernambucano Thales Castro, o episódio se pode ser tratado como “um equívoco”, por conta das imagens presentes na bandeira de Pernambuco. Além do arco-íris, a cruz não é algo bem visto entre os cataris.
“O que aconteceu foi um equívoco, por a bandeira ter o arco-íris em sua imagem clássica. Além disso, a bandeira tem uma cruz, que para o religião islam significa o cristianismo. É uma situação delicada que mostra as fraturas do mundo ocidental com um mundo tradicionalista, que se fecha diante do islamismo e não interpreta nada costumeiramente do que é fornecido”, começou.
“O catari não vai se curvar diante dos modos sociais de vivência do Ocidente, nem tampouco o mundo ocidental deve querer impor seus costumes para o Catar. Quando a FIFA decretou que a Copa seria lá, sabia-se que ia ter essas questões. Tem que ser encontrado o mínimo ponto de equilíbrio pragmático”, completou Thales.
Fonte: Folha de Pernambuco
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Observação: somente um membro deste blog pode postar um comentário.