ACADEMIA

sábado, 29 de setembro de 2018

Município de Carnaíba deve adotar medidas para proteção da Caatinga


A fim de preservar a caatinga, único bioma exclusivamente brasileiro, o Ministério Público de Pernambuco (MPPE) por meio da Promotoria de Justiça de Carnaíba, expediu recomendação para que o município não utilize espécies exóticas na arborização das vias públicas.
De característica exclusiva do Brasil, a Caatinga não pode ser encontrada em outro lugar do planeta. Segundo o promotor de Justiça, Ariano Aguiar, o bioma encontra-se sob ameaça de extinção devido ao plantio de árvores da espécie nim indiano, promovido pelo poder público. Para o promotor, o nim representa uma ameaça real à biodiversidade, porque compete com as plantas nativas, podendo levar à diminuição dos espécimes locais.
“O biólogo da Universidade Federal do Ceará, Marcelo Freire Foro, ressalta que, além de reduzir a biodiversidade, plantas exóticas invasoras competem com as plantas nativas podendo causar alterações da estrutura e composição das comunidades vegetais nativas e até mesmo a sua extinção”, argumentou Ariano Aguiar.
O município vem cultivando a espécie em ruas e prédios públicos, devido à sua boa adaptação ao clima semiárido, como também, pelo fato da espécie conseguir acessar a água nas camadas mais profundas do solo, diante do seu sistema radicular eficiente. Além disso, o perfume das flores, a beleza e o crescimento rápido que fornece sombra com poucos meses após o plantio, tem convencido cada vez mais os moradores a cultivarem o nim em suas residências.
No entanto, a Prefeitura de Carnaíba poderá substituir nim por árvores nativas do bioma Caatinga na arborização da região, tendo em vista que elas também proporcionam sombreamento; essa substituição deve ser feita de forma gradativa, sem o corte das árvores já existentes. Na medida em que as espécies nativas forem crescendo, poderá ser feita a poda dos nins indianos.
Além disso, o MPPE recomendou ao município aumentar as fiscalizações a fim de evitar queimadas, carvoarias e demais atos degradadores ambientais; e informar a população para seguir o recomendado.

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