Morte de agente penitenciário será investigada como homicídio

O delegado Germano Ademir de Souza Lima acredita que as imagens colhidas do local podem indicar quem participou do espancamento do agente penitenciário Charles Souza Santos, 41 anos, no final da noite do sábado, em Afogados da Ingazeira, durante a realização do 16º Encontro de Motociclistas. Responsável pelo comando das investigações do caso, agravado com a morte do agente penitenciário, o delegado disse, nesta quarta-feira, que ouviu testemunhas que estavam no local, inclusive pessoas envolvidas na organização, e o delegado José Renato Gayão de Oliveira, da Delegacia de Polícia de Homicídios de Arcoverde, no Sertão de Pernambuco, que aparece nas imagens e declarou ter chegado quando Charles Souza já havia sido atingido por um disparo de arma de fogo.

Ainda segundo Germano Souza, o delegado José Renato Gayão de Oliveira compareceu muito tranquilo e disse que se encontrava no bar e quando ouviu barulho e se dirigiu ao local e já visualizou a vítima (Charles Souza) ferida e sangrando muito. A reação dele teria sido solicitar apoio da Polícia Militar e de bombeiros. Em seu depoimento, o delegado José Renato Gayão disse que conhecia alguns integrantes do moto clube Abutres que estavam no local. Associado ao moto clube há cerca de um ano, afirmou que pediu desfiliação na segunda-feira. A reportagem do Diario de Pernambuco tentou, sem sucesso, obter posicionamento do delegado José Renato Gayão de Oliveira.

“As imagens são bens claras de que ele em nenhum momento participou das agressões”, disse o delegado que comanda as investigações, mas adiantando que encaminha o material, hoje, junto com o projétil retirado da vítima, para perícia do Instituto de Criminalística (IC). Também hoje, serão ouvidas pessoas que acompanhavam o agente penitenciário. Os suspeitos, mais de cinco, que ele não revelou para não atrapalhar as investigações, serão ouvidos na semana que vem. O inquérito deve ser concluído dentro de trinta dias a partir da ocorrência do caso. De acordo com o diretor de Polícia Metropolitana, Joselito Kehrle do Amaral, a Polícia Civil trabalha com a hipótese de homicídio.

O espancamento ocorreu num bar onde estavam participantes de um encontro de motociclistas realizado no sábado. O agente penitenciário Charles Souza Santos teria sido agredido ao sair do banheiro do estabelecimento e, ao tentar se defender, acabou alvejado por um tiro, sofrendo lesão na veia femoral. Socorrido para um hospital local, foi transferido para outra unidade de saúde em Serra Talhada. Sofreu três paradas cardíacas e perdeu muito sangue. Charles Souza Santos não resistiu à gravidade dos ferimentos e morreu na manhã da terça-feira, deixando esposa, uma filha de 18 anos e um adolescente de 12. Trabalhava como agente penitenciário desde 2012, atualmente lotado no Presídio de Limoeiro.