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terça-feira, 29 de agosto de 2017

Adutora do Agreste se arrasta por falta de liberação de recursos


Projetada para receber água da Transposição do Rio São Francisco, a construção da Adutora do Agreste se arrasta por falta de liberação de recursos do governo federal. Para este ano, a previsão de repasse era de R$ 240 milhões, mais até agora está em apenas R$ 56 milhões (um quarto do esperado). Sem a conclusão da obra, a água do São Francisco não vai chegar às torneiras da população de 23 municípios da região. O governo do Estado tenta uma solução alternativa com a construção da Adutora do Moxotó, mas a capacidade do sistema é equivalente a 20% da Adutora do Agreste.
Na semana passada, o governador Paulo Câmara participou de reunião com o ministro da Integração Nacional Helder Barbalho para pedir a liberação de R$ 164 milhões da emenda da bancada pernambucana ao Orçamento Geral da União (OGU). Obteve como resposta que o ministério vai se empenhar em liberar R$ 11 milhões da própria pasta, além de desbloquear até setembro outros R$ 40,5 milhões que estão contingenciados.
“O ministro nos informou que aguarda a aprovação da ampliação da meta fiscal pelo Congresso Nacional para restabelecer o fluxo de liberação de recursos para a Adutora do Agreste”, revela o vice-governador e secretário de Desenvolvimento Econômico, Raul Henry, que participou do encontro com o ministro em Brasília na semana passada.
Em abril último, o ministro prometeu ao governador que não haveria contingenciamento de recursos para a adutora, diante do argumento de Paulo Câmara de que o Estado enfrenta o sexto ano consecutivo de seca. Apesar das chuvas que caíram no Agreste este ano, vários municípios ainda sofrem com o déficit hídrico. Na época, o governador comemorava que no governo Temer os repasses de recursos foram retomados, com liberação de R$ 136,6 milhões em 2016.
Caso não haja interrupção nos desembolsos, o governo faz uma previsão muito otimista de inaugurar a Adutora do Agreste em dezembro deste ano. O sistema começou a ser construído em 2010 e está com apenas 55% do total executado. O valor da primeira etapa está calculado em R$ 1,2 bilhão, mas só foram liberados R$ 600 milhões até agora.
Redução nos repasses
A redução nos repasses vinha acontecendo desde 2013, mas se agravou em 2015, quando foram liberados R$ 94 milhões. Segundo a Companhia Pernambucana de Saneamento (Compesa), a obra da Adutora do Agreste não está paralisada, mas foi necessário ajustar a execução de acordo com as condições de repasse dos recursos do Ministério da Integração. Ainda de acordo com a empresa, houve um remanejamento da frente de trabalho do Lote 5 (trecho Belo jardim) para o Lote 1 (trecho Mimoso/ São Caetano), para dar funcionalidade a obra da Adutora do Moxotó, a partir da interligação dela com Adutora do Agreste, atendendo às cidades de Arcoverde, Pesqueira, Belo Jardim, Tacaimbó, Sanharó e São Bento do Una.
Com o atraso na obra da Adutora, a água do eixo leste da Transposição do São Francisco está chegando à Paraíba, mas não passa por Pernambuco.

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