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segunda-feira, 28 de agosto de 2017

Destino de Bolsonaro, Partido Ecológico Nacional já sondou Marina Silva e JBS


A legenda pela qual o deputado federal Jair Bolsonaro (PSC-RJ) pretende se candidatar à Presidência em 2018 já se ofereceu para abrigar Marina Silva e até um dos irmãos que controlam a JBS.
O Partido Ecológico Nacional (PEN), que mudará seu nome para Patriota, é comandado pelo ex-deputado Adilson Barroso e atende a interesses de caciques regionais país afora. Barroso sustenta que há identidade entre o PEN e Bolsonaro, que ele agora diz ser seu “chefe”. Já Bolsonaro afirma que o “casamento é daqui pra frente” e que, no meio político do país, não há “santo”.
A oferta da legenda para Marina em 2013 foi feita de forma pública. Mas ocorreu simultaneamente a negociações sigilosas com José Batista Júnior, o Júnior da Friboi, irmão de Joesley e Wesley Batista, que mirava o governo de Goiás. As conversas em paralelo mostram a dualidade da legenda, que dizia ser “ambientalista” para seduzir Marina e tentava filiar em seu quadro um empresário que enriqueceu com o agronegócio.
Adilson Barroso revelou as tratativas com Júnior da Friboi para se defender de uma acusação de Ricardo Saud, executivo da JBS que em sua delação premiada afirma que a empresa doou R$ 500 mil ao PEN para que a legenda apoiasse Aécio Neves (PSDB-MG) à Presidência em 2014.
O presidente do PEN disse ter acertado com Júnior em 2013 que ele seria seu candidato do partido ao governo de Goiás. Mas Júnior foi para o PMDB, onde seu nome não vingou. Com a eleição próxima, Barroso diz que aproveitou a ligação com Júnior para pedir dinheiro.
— Quando chegou o mês antes da eleição, a gente fazendo campanha no maior aperto e eu sabendo que a JBS tem limite para doar dentro da lei, eu pensei: “vou pedir pra ele uma mãozinha, porque pedir não é roubar”. Eu não aceito caixa dois, nem por fora. Passei uma mensagem pro Júnior. Aí me ligou um cara depois que deve ser... (Ricardo Saud). Até perguntei quanto que o Júnior tinha me arrumado. Quando ele falou que era R$ 500 mil, eu disse pra fazer logo, antes que ele se arrependesse, disse Barroso, ressaltando que a doação não tinha nada a ver com o apoio dado a Aécio.
Barroso ofereceu a legenda em seguidas entrevistas quando Marina Silva enfrentou dificuldades no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) para formalizar a Rede e disputar a eleição de 2014. Ele chegou até a propor uma fusão posterior com a Rede. Marina não deu abertura e acabou optando por se filiar ao PSB, do ex-governador Eduardo Campos, para ser vice dele na disputa presidencial.
O caráter de um partido sem uma linha de atuação se reflete na postura nas últimas eleições. O PEN só teve candidato próprio em três prefeituras de capitais em 2016: Florianópolis (SC), Macapá (AP) e Palmas (TO), sem ter destaque em nenhuma delas. Nas maiores cidades, fez alianças das mais variadas como, por exemplo, os apoios a Pedro Paulo (PMDB) no Rio, Celso Russomano (PRB) em São Paulo (SP), ACM Neto (DEM) em Salvador (BA) e Roberto Cláudio (PDT) em Fortaleza (CE).
DEPUTADO CONDENOU AÇÕES
Provável destino do deputado federal Jair Bolsonaro (RJ), de saída do PSC, o PEN fez, no passado recente, alianças que foram repudiadas pelo presidenciável.
Em 2016, PEN e PSC apoiaram Edivaldo Holanda Jr. (PDT) para a Prefeitura de São Luís (MA) em aliança com o PCdoB do governador Flávio Dino, principal patrocinador daquela candidatura. Bolsonaro apontou esse acordo como um dos motivos do rompimento com o PSC.

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