ACADEMIA

quinta-feira, 27 de dezembro de 2018

Breve Dicionário de Bolsonarês-Português para sobreviver a 2019


Por Henrique Balbi/Época
O ano de 2019 está praticamente aí. Alguns achavam que ele não chegaria nunca; outros torceram por isso. Mas o calendário é implacável e tudo indica que a expressão “presidente eleito” logo perderá o adjetivo mesmo.
Pensando nisso, e no óbvio desconforto (talvez até repulsa) que Jair Bolsonaro mostra em relação às palavras e à clareza, selecionamos termos frequentes ou representativos, que merecem nossa atenção. A eles segue uma definição concisa, talvez útil para entender o que Bolsonaro realmente gostaria de dizer.
Evidentemente, não esgotamos o palavrório presidencial. Este breve dicionário estará mais que satisfeito se servir como impulso para o trabalho coletivo que uma iniciativa dessas demanda. Assim, quem sabe teremos feito jus a quem nos inspirou: o Dicionário do Diabo, de Ambrose Bierce; a Bíblia do Caos, de Millôr Fernandes; os aforismos de Karl Kraus; e, não menos importante, este tuíte :
BREVE DICIONÁRIO BOLSONARÊS-PORTUGUÊS
Arma – Melhor amiga do homem de bem.
Baderna – Coisa de comunista.
Bolsa-Família – Gasto, despesa.
Bolso-Família – Investimento.
Bots – Quem tem, vai a Roma.
Brasil – Os acima de tudo.
Brasileiro – Com muito orgulho, com muito horror.
Comunismo – Coisa de baderneiro.
Continência – Quem não bate, apanha.
Crime – Deus me livre, mas quem me dera.
Cuba – Ver “União Soviética”.
Debate – Prefiro não.
Delírio – Ver “Opinião, minha”.
Deus – O dos acima de todos.
Dialética – Linguagem particular de um grupo, como em: “Dialética dos travestis”.
Dinheiro – Em cheque, se possível.
Direitos Humanos – Marxismo cultural. Continue reading 

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