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sábado, 29 de dezembro de 2018

Com segurança recorde, conheça os detalhes da posse de Bolsonaro na Presidência


O presidente Michel Temer autorizou ontem o abate de aeronaves que invadirem o espaço aéreo de Brasília no dia 1º de janeiro, quando Jair Bolsonaro assumirá a Presidência da República, aumentando ainda mais o já reforçado esquema de segurança montado para uma solenidade de posse. Temer editou um decreto que define o centro da capital como área de segurança. O decreto terá validade de 24 horas, entrando em vigor a partir de zero hora do dia 1º de janeiro até à zero hora do dia 2. A palavra final sobre um possível ataque com o objetivo de destruir uma aeronave suspeita deverá ser do comando da Aeronáutica.
Segundo o texto, as aeronaves consideradas suspeitas devem ser submetidas a “medidas coercitivas progressivas”. Primeiro serão identificadas e, observado o seu comportamento suspeito, a Aeronáutica fará contato via rádio ou sinais visuais determinando a mudança de rota. Caso a aeronave não obedeça a este primeiro comando, os aviões da Aeronáutica que estarão fazendo a segurança poderão disparar tiros de aviso, com munição traçante. Se mesmo assim não houver resposta, a aeronave será considerada hostil e poderá ser abatida.
Para a operação, 12 bases terrestres ficarão instaladas pela Esplanada dos Ministérios e dois tipos de mísseis podem ser utilizados: o IGLAS, um míssil de fabricação russa capaz abater aeronaves em um raio de seis quilômetros; e o RBS 70, de origem sueca e considerado uns dos mais modernos, pois pode abater aeronaves em um raio de sete quilômetros, atingindo rápida velocidade. Este último, o RBS 70, foi adquirido recentemente pelo Exército Brasileiro e só teve autorização para ser utilizado durante a Olimpíada de 2016.
DEZ MIL HOMENS
O esquema de segurança do espaço aéreo é inédito em posses presidenciais e será executado por 130 militares do Exército e da Força Aérea Brasileira (FAB). No total, pelo menos 12 mil militares e policiais deverão participar do esquema de segurança a ser montado na Esplanada dos Ministérios para garantir a posse do presidente eleito. Na posse do segundo mandato da ex-presidente Dilma Rousseff, em 2014, quatro mil policiais e militares ficaram de prontidão.
A estrutura de proteção a Bolsonaro só não é maior que o esquema montado para receber o Papa Francisco, na Jornada Mundial da Juventude, em 2013. Pelo menos 14 mil militares e policiais reforçaram a segurança do Papa e dos fiéis presentes ao evento. Na visita do Papa, os seguranças tiveram que proteger aproximadamente 1,5 milhão de fiéis. Já na posse de Bolsonaro, a expectativa é que, no máximo, 300 mil pessoas compareçam à Esplanada. Trata-se de um número recorde para a posse de um presidente eleito, mas, ainda assim, é bem inferior à multidão que acompanhou o Papa no Rio.
Está definido que atiradores de elite vão se posicionar em pontos estratégicos dos prédios da Esplanada. Alguns vão se infiltrar na multidão. A ordem é buscar o grau máximo de vigilância para reduzir o risco de imprevistos, como aconteceu em 6 de setembro, em Juiz de Fora, quando Bolsonaro foi esfaqueado pelo garçom Adélio Bispo de Oliveira.
As ruas de acesso à Esplanada serão bloqueadas à meia-noite do dia 30 e só vão ser liberadas no dia 2. Ou seja, o bloqueio deve se estender por pelo menos 80 horas.
Tradicionalmente, a posse tem início com o desfile do presidente eleito em carro aberto na Esplanada dos Ministérios. Este ano, por questões de segurança, ainda não foi descartada a possibilidade de que ele vá em carro fechado. Ainda será feita uma avaliação sobre os riscos. De qualquer forma, uma coisa é certa: Bolsonaro usará um colete à prova de balas.

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