A lista de títulos no currículo de Givanildo Oliveira ficou ainda mais extensa depois desta segunda-feira (30). Um dos maiores expoentes da história do futebol pernambucano, o ex-jogador e treinador nascido e radicado na cidade de Olinda recebeu na Câmara Municipal do Recife o título de cidadão recifense, pelos serviços prestados ao futebol, sobretudo na região. Mais uma honraria, que não deve ser a última.
Aos 71 anos, Givanildo projeta mais três anos de atividade na área técnica. Mesmo com a renovação inevitável no mercado de treinadores, o ‘Rei do acesso’ e ‘Papa estadual’ reúne em seu portfólio argumentos suficientes para atestar o potencial de conquistar novos feitos.
“Eu acho que posso. Por isso falei no discurso e tenho falado em entrevistas de que eu quero mais uns três anos (trabalhando). Depois disso, pretendo encerrar para cuidar da vida, porque também tem o lance da idade. Mas em três anos, com certeza, pela situação que vivo hoje de saúde e de tudo, espero trabalhar mais”, cravou ao JC após a cerimônia, sem descartar a possibilidade de trabalhar também na área de gestão no futebol.
“Não recebi ainda um convite para dirigir ou para ser gerente, por exemplo. Mas se acontecer algum dia, é um caso a pensar. Eu gosto de futebol e vivo o futebol, mas meu pensamento é ainda trabalhar no campo, como treinador”, reiterou o técnico, que também detém os títulos de cidadão em Belém (PA) e Belo Horizonte (MG).
LÁGRIMAS E SORRISOS
Durante a homenagem, a expressão sisuda e firme, característica de Givanildo, cedeu espaço em alguns momentos para os olhos marejados e emocionados, e até mesmo os raros sorrisos do treinador, sobretudo quando a extensa lista de conquistas na carreira de jogador e técnico foi resgatada pelo vereador Davi Muniz, autor do pedido de homenagem – aceito por unanimidade na Câmara -, e no discurso do neto Diego Oliveira, em agradecimento ao avô.
“É claro que você sente uma emoção muito grande pelo momento de ter acontecido isso. Eu não esperava, porque sou radicado em Olinda. Mas o trabalho foi feito fora de Olinda, porque os três clubes são daqui. Aconteceu o convite e claro que tinha que aceitar. Fiquei emocionado”, reconheceu Givanildo.
Na Câmara Municipal, o plenário que costumeiramente recebe os vereadores locais, também serviu de arquibancada para a esposa, as duas filhas e os cinco netos de Givanildo, além de amigos e ex-companheiros de trabalho. Jogadores, membros de comissões técnicas e dirigentes. Cada um com seus ensinamentos recebidos e histórias compartilhadas.
“Ele representa muito, tanto para o futebol pernambucano quanto brasileiro, e em particular também para mim”, disse o presidente do Sindicato dos Atletas-PE e ex-companheiro de Givanildo no Santa Cruz, Ramon.
“Chegamos juntos em 1967 para o juvenil do Santa Cruz. Com Givanildo, participei do pentacampeonato e fui artilheiro do Campeonato Brasileiro. Foi um grande companheiro e um grande conselheiro. Um líder dentro de campo, que dava conselhos e preparava os jogadores para o extracampo”, lembrou em seguida.
Já o atual diretor do Sport e ex-presidente do clube, Wanderson Lacerda, pontuou a justiça na homenagem ao treinador. “Um título importantíssimo. Já era hora e Givanildo ter essa comenda, por tudo o que fez pelo futebol pernambucano. Está de parabéns o vereador Davi, que teve a iniciativa e os demais que aprovaram a solicitação”, declarou, antes de elencar qualidades de Givanildo.
“Para o futebol de Pernambuco não adianta nem falar. É um homem sério, direito, e antes de tudo campeoníssimo. Tive a felicidade de trabalhar com Givanildo em 81 e 82, 91, 92 e 94. Enfim, são vários títulos ganhos com esse treinador e jogador. Tudo o que tiver de bom para Givanildo, ele merece. Por tudo o que fez pelo futebol pernambucano e brasileiro, ele tem que ser reverenciado”, completou Wanderson.
Os feitos de Givanildo Oliveira não são referência apenas no passado. Até mesmo para a própria renovação no mercado de treinadores o legado do técnico se estende, a exemplo do auxiliar técnico do Náutico Dudu Capixaba, ex-companheiro no clube, que fala com orgulho o fato de ter sido seu aluno.
“Tive o prazer de trabalhar com o professor. Fui da comissão dele em 2016 no Departamento de Análise e como auxiliar-técnico do professor. Uma experiência imensa. É um pai, sempre passando experiência para a gente. Uma pessoa maravilhosa. Falar de futebol pernambucano é falar do professor Givanildo. Uma pessoa que representa o nosso futebol com imensos títulos, tanto como jogador, como treinador também”, aponta.
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Observação: somente um membro deste blog pode postar um comentário.