É tempo de chuva no Sertão de Pernambuco. Segundo a Agência Pernambucana de Águas e Climas (Apac), entre os meses de fevereiro e abril, deve chover dentro da média, ou mesmo acima do previsto. No entanto, “as áreas do Sertão do Pajeú, Araripe, Sertão Central, Agreste Setentrional e Agreste Central são as mais propícias para ocorrência de chuva acima da média”, diz o relatório.
Em algumas cidades, esse panorama tem se confirmado já neste mês de janeiro. Em São José do Belmonte, a média histórica para o mês é de 99 mm e já choveu 214 mm. Mesma quantidade de Lagoa Grande, onde a média é de 70 mm. Em Itapetim, a média é de 76 mm e já choveu 212 mm. O volume de chuva anima o produtor, que vê nesse período a recuperação de pequenas barragens, pastos renovados e melhor qualidade das culturas.
O meteorologista da Apac, Romilson Ferreira conta que as chuvas já começaram em dezembro. “O período histórico de chuvas no Sertão é de janeiro a abril, mas algumas vezes começa antes e termina antes. Ter um bom dezembro não quer dizer que será um bom período chuvoso naquela região”, alerta.
Atenta ao bom início do período chuvoso, a Secretaria de Desenvolvimento Agrário (SDA) do Estado investiu R$ 1,9 milhão e iniciou a distribuição de 530 toneladas de sementes, sendo 445 toneladas de milho e 85 toneladas de sorgo forrageiro. Cerca de 75 mil famílias de agricultores deverão ser beneficiadas com as sementes provenientes do Programa Campo Novo. “Na região, com exceção da fruticultura irrigada do Vale, a predominância é da agricultura familiar, que é o público desse programa”, conta o titular da pasta, Dilson Peixoto.
Além da agricultura, o Sertão pernambucano conta com uma importante criação de animais, em especial a ovinocaprinocultura. “Este ano estamos dando uma atenção maior também aos criadores de gado, ovinos e caprinos, que, além do sorgo forrageiro, estão recebendo, cada família, 1.000 raquetes de palma para plantar e alimentar o rebanho”, completa Peixoto.
Para Pio Guerra, presidente da Federação da Agricultura do Estado de Pernambuco (Faepe), quanto mais chuva melhor. “Não conheço sertanejo que não goste de chuva”, defende Guerra. Ele ressalta que se não chover o produtor fica refém de carro-pipa, as produções caem em quantidade e em qualidade.
Com um bom período de chuva, a expectativa é de que a produção também cresça. “Se houver uma produção em massa, o agricultor pode guardar os grãos e vender na entressafra. Os produtores são precisam se organizar quanto à comercialização para poder vender seus produtos sem perder tanto com o aumento das safras”, alerta Pio Guerra.
Ainda segundo a Faepe, as chuvas em excesso no Sertão só “prejudicam” a fruticultura irrigada do Vale do São Francisco. Mesmo assim, é algo que pode ser contornado. “No caso específico da fruticultura, eles mantêm a produção controlada com relação à floração, período de colheita. Então, quando algo fora do estabelecido acontece, gera algum atrapalho na programação”, lembra Guerra.
Após o período chuvoso no Sertão, as precipitações devem se deslocar e cair sobre as cidades do Agreste a partir de março. As chuvas chegam na Zona da Mata e Região Metropolitana a partir de maio.
Pe Noticias
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