ACADEMIA

domingo, 29 de março de 2020

Qual a parcela de culpa humana nessas enchentes do Pajeú?


Desde a noite da quarta (25) o nível do rio Pajeú começou a subir de forma mais intensa, e parte da população acompanhou até o início da madrugada, vendo a velocidade com que a água adentrava pela parte baixa do centro da cidade, dando um prelúdio do que estava por acontecer.

Na manhã desta quinta-feira, infelizmente se constatou que o nível subiu além do esperado. Ainda não se sabe ao certo a quantidade de pessoas afetadas, entre moradores e comerciantes, mas fato é que os danos causados são enormes. Isso certamente faz a população refletir sobre como um fenômeno como tal pode acontecer, seria somente a força da natureza ou o homem tem grande parcela de culpa?

Desde as civilizações antigas, como na Mesopotâmia por exemplo, situando-se entre os rios Tigre e Eufrates, as comunidades procuram se estabelecer e se desenvolver próximas aos cursos d`água visando maior facilidade para o uso desse bem indispensável. Porém dentre as soluções para muitos, há um problema grave, e é justamente o período de cheias dos rios.

A hidrologia estuda, dentre outros, o período de retorno, que é basicamente o intervalo entre fenômenos naturais dessa magnitude, como as chuvas intensas e as consequentes cheias, utilizando-se de dados históricos para prevenir a população.

Assim, é certo que por mais tardios que sejam, eventos como o que a cidade passa hoje, tornarão a acontecer. As áreas alagáveis fazem parte do curso da água e serão utilizadas para dar vazão à força da correnteza em períodos de alta pluviosidade, isso é indiscutível.

O problema se agrava quando há negligência por parte dos órgãos competentes em fiscalizar e realizar manutenções preventivas ou mesmo reparos nos barramentos existentes ao longo dos rios. O caso da região do sertão do Pajeú se agrava pelo rompimento de barragens existentes no município de Carnaíba aliado ao grande volume de chuvas dos últimos dias.

E outras barragens, ou mesmo pontes e passagens molhadas não estarão isentas da força das águas caso o seu nível aumente.

Faz-se necessário um olhar atencioso para estruturas desse tipo, como as principais barragens e pontes das cidades próximas e também de Serra Talhada.

É necessário investir em engenharia, em projetos de infraestrutura, em execução e acompanhamento profissional de tais projetos no combate e sobretudo na prevenção de tais catástrofes antes que vidas sejam ceifadas causando danos que não se podem, de forma alguma, ser reparados.

Farol

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