Buíque, no Agreste de Pernambuco, fica a 274 km da capital, Recife. No município, 450 alunos do 1º ao 3º ano do Ensino Médio estudam na Escola Técnica Estadual Jornalista Cyl Galindo. Como toda escola, é comum ver os jovens usando smartphones durante o intervalo entre as aulas.
O estudante Jocélio Silva era um desses jovens que usam o celular com frequência, até o aparelho eletrônico dele sofrer um acidente. "Fui escovar os dentes e deixei o celular na estante, aí começaram a ligar pra mim e estava no modo vibrar, foi quando escorregou e caiu. Quando eu saí do banheiro desliguei e liguei o celular, ele pegou, mas depois ficou sem funcionar", fala o aluno.
Para se manter atualizado e sem condições de comprar um celular novo, ele tinha que esperar o intervalo e usar o computador da escola. "Eu utilizava o computador da escola ou o celular de uma amiga. Os meus amigos também me avisavam quando tinha algum trabalho", diz Jocélio.
Os amigos perceberam que a vida de Jocélio seria mais fácil com um celular novo e resolveram agir. "Todos da sala têm celular, todo mundo fica conectado nas redes sociais e ele não tem um aparelho telefônico. Isso me incomodava, porque todos tinham, menos ele", afirma Pedro Henrique.
Os alunos decidiram fazer uma rifa para comprar um celular novo e começaram a vender. Eles ainda fizeram Jocélio vender sem saber a finalidade. E no dia de entregar o presente disseram que era um perfume, esconderam na sala para que ele procurasse. E quando Jocélio chegou até o armário, nem ele acreditou no que estava acontecendo. A reação do garoto ao receber o presente emocionou a todos.
"Eu sinto orgulho porque a gente como escola busca não só passar conhecimento, mas a gente busca formar cidadãos. Isso nos enche de orgulho, não só eu como professor, mas toda escola sente orgulho do exemplo que saiu daqui", expressa o professor Alyson Magalhães. (G1)
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