A privatização de algumas estatais brasileiras, por meio do Programa de Parcerias e Investimentos do Governo Federal, foi criticada, na Reunião Plenária desta terça (27), pelos deputados João Paulo (PCdoB) e Teresa Leitão (PT). A Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos será a primeira a passar para a iniciativa privada. Outras 17 companhias constam na lista anunciada no último dia 22, entre as quais Telebrás, Petrobras e Empresa Brasil de Comunicação.
Para João Paulo, a iniciativa é um ataque à soberania e ao patrimônio do País. “O Governo quer fazer uma ‘queima de estoque’, como se faz numa loja. Essa decisão vai impactar primeiramente os empregos e, depois, o Brasil se tornará apenas um entreposto para os grandes capitais extraírem matérias-primas para suas indústrias”, alertou. Na opinião do deputado, o País está sendo vendido e a população precisa “protestar contra mais esse desmando da gestão Bolsonaro”. “Estamos sob risco de perder o controle de setores estratégicos, como energia e telecomunicações, e só nos resta a união contra esse desmonte”, frisou.
Já Teresa Leitão lamentou a inclusão, em particular, da Empresa de Tecnologia e Informações da Previdência (Dataprev) e do Serviço Federal de Processamento de Dados (Serpro) na lista anunciada pelo Governo Federal. A parlamentar lembrou que essas estatais são responsáveis pelas bases de dados de milhões de brasileiros, incluindo informações da Previdência Social e da Receita Federal. “Me preocupo sobre como esses dados serão manuseados, caso as privatizações se efetivem”, pontuou.
Segundo a petista, os funcionários das empresas estão mobilizados contra a iniciativa e, na próxima quinta (29), haverá uma reunião na Câmara dos Deputados para discutir a medida. “É preciso pensar na segurança do cidadão, e o Governo tem que informar como será o tratamento do banco de dados após a venda”, salientou. Teresa também disse que o Fórum Nacional pela Democratização da Comunicação lançou nota criticando a venda das duas empresas, ressaltando que o “Governo abre mão de tecnologias próprias para comprar soluções de terceiros”. “Mostra que não tem compromisso com o patrimônio público. Apoio a mobilização dos empregados dessas empresas, que são bens preciosos para o Brasil”, completou.
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