Depois de mais de quatro horas de negociação, não houve entendimento entre a Secretaria Estadual de Educação e representantes do Sindicato dos Trabalhadores em Educação de Pernambuco (Sintepe), realizada nesta segunda-feira (28). Segundo o presidente do Sintepe, Fernando Melo, permanece o sentimento de insegurança no que diz respeito às condições estruturais das escolas estaduais no contexto da pandemia de covid-19. Uma nova conversa foi marcada para esta terça-feira.
Os docentes estão em estado de greve e podem deflagrar a paralisação na próxima quarta-feira à tarde (30), quando haverá assembleia. Os professores foram convocados a voltarem presencialmente ao trabalho a partir de amanhã. Já os estudantes retornarão gradativamente às escolas, a partir da próxima semana, no dia 6 de outubro. Primeiro serão os alunos de 3º ano do ensino médio. Na semana seguinte os do 2º ano e na outra semana os de 1º ano. Turmas da educação infantil e ensino fundamental permanecem com aulas presenciais suspensas, sem previsão de retorno para os colégios.
“O governo argumenta que os números da covid-19 são favoráveis para retomar o ensino presencial com segurança. Nós temos um parecer de médicos contrários à reabertura. Há um impasse. Continuamos defendendo a manutenção do ensino remoto. Nossa orientação é que a categoria não retorne ao trabalho presencial nesta terça-feira, como convocou a Secretaria de Educação”, diz Fernando Melo. A rede estadual de ensino tem cerca de 42 mil professores na ativa.
Participaram o secretário estadual de Educação, Fred Amancio, e mais dois secretários executivos dele, Ana Selva e Severino Andrade. Do Sintepe havia representantes da direção e um professor da base, além do presidente da CUT, Paulo Rocha. Por meio de nota, a Secretaria de Educação e Esportes informa que “durante encontro realizado nesta segunda-feira ficou estabelecido que o Sintepe apresentaria na próxima reunião uma proposta ao governo para análise”.
A última assembleia virtual dos professores aconteceu na última quinta-feira (24). Havia cerca de mil presentes, dos quais 94% votaram pela decretação do estado de greve. “O protocolo de educação precisa detalhar algumas questões. Não cita, por exemplo, o que os professores com mais de 60 anos devem fazer. As professores grávidas ou que estão amamentando também, como farão? Quem mora com pessoas idosas ou com comorbidades? São questões que deveriam estar detalhadas, sentimos falta disso no protocolo”, afirma o presidente do Sintepe.
“Sabemos que há escolas em boas condições na rede estadual. Mas outras não, são muito ruins, sem água, sem banheiros adequados. O protocolo fala em espaços arejados. Como garantir isso na rede? Necessitamos que a Secretaria de Educação detalhe o que foi feito nas escolas para que a categoria se sinta segura e concorde com a volta das aulas presenciais”, observa Fernando Melo.
AUDIÊNCIA
O Ministério Público Estadual vai realizar uma audiência virtual para tratar do retorno às aulas presenciais no Estado. A Promotoria de Justiça de Saúde da Capital deve convocar as Secretarias de Saúde e de Educação e o sindicato dos professores da rede estadual. Mas ainda não há data. A reunião será conduzida pela promotora Maria Ivana Botelho.
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