Um dia depois de o ministro da Economia, Paulo Guedes, reforçar que “não existe” possibilidade de prorrogar o auxílio emergencial, o presidente Jair Bolsonaro foi questionado nesta terça-feira sobre as chances de o governo adiar novamente o fim do benefício e redirecionou a indagação ao novo coronavírus:
— Pergunta pro vírus… disse Bolsonaro, com um sorriso no rosto, em conversa com apoiadores na chegada ao Palácio da Alvorada.
O presidente disse então que o governo se prepara para tudo, mas “tem que esperar certas coisas acontecerem”. E que espera não ser necessário prorrogar mais uma vez o auxílio emergencial, previsto para acabar em dezembro.
— A gente espera que não seja necessário porque é sinal de que a economia vai pegar, e não teremos novos confinamentos no Brasil. É o que eu espero, declarou.
Ele reforçou que, desde o começo da pandemia da Covid-19, nunca apoiou “essa ideia do confinamento” e defendeu o “isolamento vertical” — restrito a pessoas idosas ou que tenham problemas de saúde pré-existentes.
— Mas infelizmente a decisão coube aos governadores e prefeitos. Se não fosse toda aquela quantidade de auxílios que nós fizemos no passado, entre eles o emergencial, realmente a economia teria quebrado no Brasil. Então a gente espera que não seja necessário e que o vírus esteja realmente de partida do Brasil, concluiu Bolsonaro.
Guedes e a “segunda onda”
Em evento virtual com investidores, na segunda-feira, Paulo Guedes afirmou também que o governo pode ter que reagir em caso de segunda onda, mas considera esse risco baixo.
— Do ponto de vista do governo, não existe a prorrogação do auxílio emergencial. Evidente que há muita pressão política para isso acontecer, é evidente que tem muita gente já falando em segunda onda. Nós estamos preparados para reagir qualquer evidência empírica. Se o Brasil tiver de novo 1 mil mortes (por dia), nós já sabemos como reagir, disse o ministro, em evento virtual com investidores.
Nos últimos dias, Guedes tem negado a possibilidade de estender o pagamento do benefício. Ele já havia dito o mesmo no início de outubro, mas vem sendo questionado nas últimas semanas sobre o assunto, diante do aumento do número de casos de Covid-19 no país.
A prorrogação do auxílio emergencial obrigaria o governo a romper o teto de gastos em 2021 ou forçaria a reedição do decreto de estado de calamidade, com impacto direto sobre aumento do endividamento.
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