Enquanto os brasileiros carregam cada vez menos dinheiro, os candidatos a prefeituras e câmaras municipais parecem gostar de manter a grana por perto, ao estilo do caso recente envolvendo o senador Chico Rodrigues (DEM-RR).
De acordo com levantamento feito pelo (M)Dados, com base nas declarações de bens recolhidas pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE), dos 52.447 postulantes a cargos nas Eleições de 2020, 9,4% declararam ter dinheiro em espécie guardado fora dos bancos. São, ao todo, R$ 1,45 bilhão entre notas de real, dólar, euro e até won norte-coreano.
Desses, pelos menos 39 disseram ter acima de R$ 1 milhão. É o caso de Hamilton Julio da Silva (PSB), que concorre ao posto de prefeito em Comodoro, uma cidadezinha de pouco mais de 18 mil habitantes no interior do Mato Grosso. Ele declarou à Justiça Eleitoral nada menos que R$ 162,2 milhões, além de 7 casas, 3 terrenos e 75 cabeças de gado.
O conterrâneo de Hamilton, Moacir Giacomelli (Podemos), também guarda com ele muito dinheiro. Candidato pela segunda vez a prefeito de Vera, declarou posse de R$ 9 milhões em dinheiro vivo entre os seus bens. Procurados, nenhum dos dois se manifestaram até o fechamento da reportagem. Mas como os próprios candidatos preenchem a declaração de contas ao TSE, os dois casos podem ser um erro de digitação.
Segundo o TSE, caso os valores estejam errados, as retificações podem ser feitas pelo próprio candidato. Caso contrário, “o Juiz Eleitoral faz o exame do pedido do registro de candidatura e, se identificar discrepâncias no valor dos bens, poderá solicitar diligência”, explicou o órgão, em nota.
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