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terça-feira, 27 de março de 2018

Recife é eleita, pela segunda vez consecutiva, a capital onde se perde mais tempo em deslocamentos


Pelo segundo ano consecutivo, o Recife deixa para trás metrópoles do porte de São Paulo e Rio de Janeiro, no Sudeste brasileiro, quando o assunto é mobilidade ruim. A capital pernambucana foi eleita, novamente, a que tem o pior trânsito nos deslocamentos entre as cidades brasileiras nos horários de pico da manhã (7h às 10h) e da noite (17h às 20h). O resultado faz parte da segunda edição do Índice 99 de Tempo de Viagem (ITV 99), estudo realizado pelo App de transporte urbano e que funciona como termômetro dos congestionamentos do País, avaliando as dez maiores capitais do Brasil.
O Recife aparece em primeiro lugar no ranking nacional. As viagens na cidade, nos horários de pico, levam, em média, 77% mais de tempo do que aquelas em situação de tráfego livre. Já Porto Alegre e Salvador, que ocupam o segundo e o terceiro lugares, apresentam taxa de lentidão de 74% e 71%, respectivamente. O índice da capital pernambucana melhorou um pouco em relação à pesquisa de 2017. Embora o Recife também tenha liderado o ranking nacional no ano passado, a medição do ITV 99 foi de 85%, os deslocamentos nos horários de pico estavam 85% mais demorados na cidade no ano passado.
Segundo a pesquisa, os locais de maior índice de trânsito do Recife são o bairro de Dois Unidos, na Zona Norte da capital, o trecho da BR-408, nas imediações da Arena Pernambuco, a saída do Recife pela rodovia BR-232, no Curado (ambos na Zona Oeste) – próximo ao 4º Batalhão de Polícia do Exército – além de áreas centrais como os bairros da Ilha do Leite, Derby, Coelhos e Boa Vista. O levantamento da 99 foi realizado de 1º de outubro a 31 de dezembro de 2017, com base nas milhares de corridas de táxis e 99pop, modalidade de carros particulares da empresa, nas dez maiores capitais brasileiras apontadas pelo IBGE 2010. Depois do Recife, lideram o ranking Porto Alegre (1,74), Salvador (1,71), São Paulo (4º lugar) e Rio de Janeiro (5º lugar), ambos com um ITV de aproximadamente 1.69 ou 69%.
“Consideramos as áreas onde as viagens dos nossos motoristas parceiros eram originadas e o tempo que levavam nos horários de pico. Depois comparamos o tempo gasto em viagens realizadas com tráfego livre. No Recife, concluímos que as pessoas têm levado quase 80% mais tempo nos deslocamentos. Em São Paulo e no Rio de Janeiro, que são cidades muitos maiores, esse acréscimo de tempo é de 69%. Não estamos falando que o trânsito do Recife é pior que o de São Paulo porque não comparamos a capital pernambucana com a paulista, por exemplo. A comparação é dentro da mesma capital. Deslocamentos feitos sem trânsito e com trânsito”, explica Gladys Nancy, relações públicas regional da 99.
Num exemplo real de deslocamento, computado na pesquisa, um motorista parceiro levou 16,3 minutos entre o Hospital das Clínicas, na Cidade Universitária (Zona Oeste do Recife), e a Praça do Derby, na área central, com o trânsito livre. No horário de pico, entretanto, o tempo de deslocamento aumentou para 26,8 minutos.
A Autarquia de Trânsito e Transporte Urbano do Recife (CTTU), gestora do trânsito da capital, não quis se pronunciar sobre a pesquisa da 99.

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