A temporada da safra de acerola já começou no Vale do São Francisco. A fruta é muito procurada para produção de polpas e sucos. Além disso, ela também é a preferida da indústria para a produção de cosméticos e extração de vitamina C. Mas os produtores da região não estão com grande expectativas para as vendas da fruta este ano.É o caso do produtor Jorge Mariano da Silva. Há cerca de cinco anos atrás, ele contava com funcionários na colheita. Este ano, ninguém será contratado para colher a acerola na produção de um hectare.
"Na realidade esse ano choveu cedo, em janeiro, em dezembro, e teve uma safra muito boa no final do ano, no meio de dezembro que não ocorria isso há um bocado de tempo, então teve uma safra grande no final de dezembro e as empresas pegaram muita acerola. Um dos concorrentes nossos que pegava a acerola na região suspendeu a compra desde setembro e ficou somente mais na madura. Como a madura o preço é inferior que a verde, então a gente está hoje com uma dificuldade porque aumentou a oferta do produto na região e diminuiu a procura", lamentou Jorge Mariano.
Com menos empresas no mercado para comprar a produção, o preço de venda também está menor, principalmente da acerola verde, utilizada para a fabricação de cosméticos e extração de vitamina C. No ano passado o quilo da acerola verde chegou a ser vendido por até R$3,20. O maior preço dos últimos sete anos. Agora as empresas que atuam na região não pagam mais do que R$2,50 pela mesma quantidade de fruta e isso tem deixado os produtores apreensivos. Como o produtor João Ribeiro Alves. Do hectare plantado com acerola, ele só tem colhido as frutas maduras para vender nas feiras livres. Repassar para indústria não tem compensado.
"Uma caixa de acerola era de R$30 para a fábrica e hoje está de R$16, R$17. A gente paga R$9. Fica menos da metade para a gente ter toda despesa da roça. Enquanto isso a gente vai plantando uma abóbora, um milho, uma coisa e outra que é para ajudar, porque só ela (acerola), antigamente valia a pena, hoje não vale a pena mais não", explicou. (G1 Petrolina)
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