ACADEMIA

quinta-feira, 27 de outubro de 2016

Condições dos Oceanos evoluem favoravelmente para chuvas no Sertão em 2017


O fenômeno climático e oceânico “El Niño” dissipou em Maio deste ano, em seguida na região central do Oceano Pacífico foram observadas águas mais frias que o normal, no entanto, a La Niña não se configurou.
De acordo com o físico, meteorologista e mestre em Meteorologia Rodrigo Cézar Limeira, para que um episódio do fenômeno climático e oceânico La Niña se configure, é necessário que a região central do Pacífico Equatorial fique por 04 meses seguidos com temperatura de no mínimo 0,5ºC abaixo da média. De acordo com o estudioso essa condição persistiu nos meses de Junho, Julho e Agosto, no entanto, no mês de Setembro, a citada região registrou temperaturas entre 0,1ºC e 0,3ºC abaixo da média, fato que impediu a configuração final do La Niña em Outubro de 2016.
Como se encontra atualmente a região central do Pacífico?
Apesar de La Niña não ter se configurado, a região central do Pacífico continua mais fria que o normal, no entanto esse resfriamento é insuficiente para formar o mencionado fenômeno, conforme informado anteriormente.
Condições térmicas do Pacífico indicam instabilidade
De acordo com as atualizações recentes do campo de anomalias de TSM da NOAA (Agência Norte-Americana que monitora o clima e os oceanos), as condições térmicas bem no centro do Pacífico, também chamada região do Niño 3,4, e da região da costa do Peru, chamada região do Niño 1,2, estão muito instáveis. Em intervalos de 07 dias são observadas variações de temperaturas de até 2ºC nessas áreas, e foi essa instabilidade que impediu a configuração final do La Niña.
Qual a importância da região central do Pacífico para as chuvas do Nordeste? 
Quando a região central do Pacífico Equatorial está fria, ou seja, quando há uma La Niña configurada, os ventos em altitude são predominantemente ascendentes, ou seja, há grande movimento de parcelas de ar da superfície em direção a níveis mais elevados da atmosfera, fato que favorece a convecção, e consequentemente à formação de nuvens de chuva sobre a região.
Quando a região central do Pacífico Equatorial está quente ocorre o contrário, ou seja, quando há um El Niño configurado, os ventos em altitude são predominantemente descendentes, e há grande movimento de parcelas de ar de níveis mais elevados da atmosfera em direção à superfície, fato que inibe a convecção, e consequentemente desfavorece a formação de nuvens de chuva sobre a região.
Dessa forma, e de acordo com a Climatologia, quando há uma La Niña configurada no Pacífico Central, em 80% dos casos, as chuvas variam de normais a acima da média no Nordeste, mas também é importante mencionar a importância do Oceano Atlântico Sul na altura da costa do Nordeste, como elemento fornecedor de umidade para as chuvas da região.
A região central do Pacífico encontra-se mais fria que o normal, mas persistem condições de normalidade climática, fato que é temporário e pode mudar com a aproximação da quadra chuvosa de 2017.
No Oceano Atlântico Sul as condições térmicas evoluem de forma positiva, e indicam possibilidade de um período chuvoso que favoreça enchimento de barreiros e açudes de médio porte no semiárido paraibano. Para a agricultura e os grandes açudes que abastecem as cidades, o cenário ainda está indefinido.
Previsões do estudioso já informadas na imprensa paraibana estão se confirmando, com chuvada no final do ano no semiárido do estado, dentro do trimestre Outubro, Novembro e Dezembro, mesmo sem a configuração da La Niña.

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