Cães de abrigo morrem durante queima de fogos

 

Com informações do Diário de Pernambuco

Cinco cães do Abrigo São Francisco de Assis, em Caruaru, Agreste de Pernambuco, morreram na noite da última segunda-feira (23) após fogos de artifício com estampido serem soltos próximo ao local. O caso foi relatado pelo responsável pelo abrigo, Vandeilson de Lima, 32 anos, que compartilhou a tragédia nas redes sociais da instituição.

Segundo Vandeilson, os fogos foram soltos em frente ao local, que abriga cerca de 120 animais, por volta das 19h, quando ele havia acabado de deixar o local. “Eu fiquei apavorado e corri para socorrer o cachorro que estava mais necessitado. Quando escutei os animais, corri de volta para o abrigo, acendi os refletores e vi que eles estavam apavorados devido ao barulho”, contou. Ele suspeita que os responsáveis não sejam moradores da região, já que a vizinhança conhece o abrigo e os riscos que os fogos representam para os animais.

A audição sensível dos cães os torna especialmente vulneráveis a ruídos altos e repentinos, como os de fogos de artifício, que podem desencadear pânico, ansiedade e até mesmo levar à morte, como ocorreu no abrigo.

Até o momento, nenhum suspeito foi identificado devido à falta de câmeras e testemunhas. Vandeilson planeja registrar um Boletim de Ocorrência nesta quinta-feira (26). Colaboradores já se ofereceram para instalar câmeras de segurança no local.

“Essa é a primeira vez que isso acontece e eu estou abismado. As pessoas que moram aqui na frente do abrigo sabem que não podem soltar fogos porque é um abrigo. Provavelmente isso foi feito por algum jovem, algum maloqueiro por maldade para atingir os animais”, desabafou. Ele lamentou a perda dos animais, que já estavam em estado mais frágil.

Em Pernambuco, a Lei nº 17.195/2021 proíbe o uso de fogos de artifício com estampido para proteger animais, pessoas com sensibilidade auditiva e o meio ambiente. A legislação, que altera a Lei nº 15.736/2016, veta o uso desses artefatos em eventos públicos ou privados, com multas que podem chegar a R$ 100 mil em casos graves.