Durante o período eleitoral, muitas prefeituras do Brasil, com razão, adotam medidas para restringir o uso de fogos de artifício, principalmente com estampido. A justificativa é clara e válida: proteger os idosos, crianças, pessoas com sensibilidade auditiva e, sobretudo, os animais, que sofrem intensamente com o barulho.
No entanto, chega o mês de junho e, com ele, os festejos juninos e o que se vê em muitas cidades é uma contradição gritante: os fogos voltam a ser liberados, muitas vezes sem qualquer controle, em nome da tradição. O que era considerado prejudicial em outubro, magicamente parece deixar de ser um problema em junho. Mas a verdade é que o sofrimento continua, especialmente para os que não têm voz: os animais.
A incoerência das autoridades precisa ser questionada. Se há preocupação legítima com o bem-estar durante as eleições, por que essa mesma sensibilidade não se aplica aos festejos juninos? O barulho excessivo afeta diretamente a saúde de idosos, autistas, bebês e, principalmente, de cães e gatos, que entram em pânico com os estampidos.
É possível festejar sem causar dor. Hoje, já existem fogos silenciosos que mantêm o brilho e o encanto das celebrações, sem os impactos negativos do barulho. Cidades mais conscientes têm optado por essa alternativa um exemplo de que tradição e responsabilidade podem andar juntas.
Fica o apelo às autoridades municipais e estaduais: que o cuidado não seja seletivo, nem sazonal. Respeitar a vida humana e animal deve ser um compromisso permanente, e não apenas uma pauta conveniente em tempos de eleição.
Blog Jailton Ramos: A voz da consciência popular.
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