Responsável pela investigação sobre o ataque a tiros à comitiva do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva no Paraná, o delegado Fabiano Oliveira, de Laranjeiras do Sul, informou na noite desta terça-feira que vai tratar o caso como tentativa de homicídio. Segundo o delegado, foram constatados três tiros em dois veículos, e uma marca de pedrada no vidro de um dos ônibus.
Ainda de acordo com o delegado, um dos tiros foi disparado por arma mais forte, calibre 380, e os outros são de arma de calibre menor, possivelmente 22.
— Foram pelo menos duas pessoas na ação, porque há tiros nos dois lados de um dos ônibus. O caso vai ser tratado como tentativa de homicídio, afirmou Fabiano Oliveira.
Relatos de pessoas que estavam dentro de um dos veículos, que levava jornalistas brasileiros e estrangeiros convidados pela comitiva, o carro recebeu um tiro na lataria e ainda apresentava uma espécie de arranhão no vidro, o que o delegado confirmou como pedrada. Ainda segundo testemunhas, o outro ônibus, com parlamentares e convidados, apresenta uma marca de tiro na lataria, pouco abaixo das janelas. Lula estava em um terceiro ônibus, que não recebeu nenhum disparo de arma de fogo.
No começo da madrugada desta quarta, a Secretaria de Segurança Pública informou, por meio de nota, que é muito precipitado falar sobre tentativa de homicídio. "Não há por ora indícios de uma tentativa de homicídio como chegou a ser comentado".
Acrescenta que o inquérito será presidido pelo delegado Helder Andrade Lauria, superior hierárquico de Fabiano Oliveira.
A Polícia Civil do Paraná informou que será aberto um inquérito para apurar os fatos. Em nota, disse ainda que a comitiva não havia pedido escolta, o que foi negado ontem por Márcio Macedo, coordenador da equipe do ex-presidente Lula:
— Pedimos escolta em reunião duas semanas atrás.
Segundo Antônio Soares, motorista que dirigia o ônibus com os jornalistas, assim que o veículo foi atingido todos pensaram se tratar de uma pedrada. Ele contou ainda que, em seguida, verificou que dois pneus também foram furados por objetos pontiagudos.
— Assim que escutamos o barulho pensamos que era pedra, mas depois vimos às marcas (de tiro), disse Soares.
O ministro da Segurança Pública, Raul Jungmann, cobrou providências a respeito do episódio:
— Vou pedir (ao governo do Paraná) que existam cuidados adicionais. Nós não podemos admitir confrontos. É absolutamente antidemocrático. É preciso ter respeito.
O ex-presidente Lula também reagiu ao episódio:
— Se pensam que com isso vão acabar com a minha disposição de brigar, estão enganados.
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