quinta-feira, 29 de março de 2018

Produção de uva e vinho estimula investimento em pesquisas e tecnologias no Vale do São Francisco


“Você tem aquilo mais importante para produzir uva de qualidade que é clima seco, temperatura estável durante o ciclo de maturação e não chove. E em contrapartida a não chover, a gente tem a disponibilidade da água através do Rio São Francisco". É assim que o enólogo Ricardo Henriques descreve as condições do cultivo da uva e consequentemente a produção do vinho no Vale do São Francisco. Com tantas características favoráveis, a produção trouxe crescimento para região, inclusive na educação.
Desde 2004, o Instituto Federal do Sertão Pernambucano (IF Sertão-PE) oferece no campus Petrolina Zona Rural o curso superior de tecnologia em viticultura e enologia. A ideia, era capacitar profissionais que pudessem atuar nas diferentes áreas da produção da uva e do vinho.
A primeira turma de enólogos formados no Sertão de Pernambuco concluiu a graduação em 2008. Segundo a coordenadora do curso, Elis Nogueira, os profissionais que estudaram na instituição têm sido bem absorvidos pelo mercado do Vale do São Francisco e de outras regiões.
"Os profissionais formados no Instituto Federal do Sertão Pernambucano são absorvidos pelo mercado da uva e do vinho em diferentes áreas de atuação. Além do mercado local, os enólogos egressos da instituição estão se destacando e conquistando o seu espaço na região de tradição no cultivo de uvas e vinhos no Rio Grande do Sul e em outras regiões produtoras", destaca Elis.
Mas, de acordo com a docente, outra grande contribuição do curso para a região, é a pesquisa na área. "Cabe salientar, como ferramenta fortalecedora para da produção, comércio e outros serviços direta e indiretamente relacionados ao encandeamento produtivo da uva e do vinho, o IF Sertão-PE desenvolve projetos de pesquisa voltados para análise sensorial e propriedades físico-química dos vinhos produzidos a partir das culturas de uvas implantadas no Vale do Submédio do São Francisco; e metodologias produtivas mais eficientes, resultado do agroindustrialização da uva", reforçou.
Para Elis, a combinação dos fatores naturais com a tecnologia oferecida pelas pesquisas, além dos profissionais da área, faz com que o cultivo seja um sucesso econômico na região através da geração de emprego e renda. E por isso, a tendência é que ele continue levando o Vale do São Francisco para diferentes mercados através de produtos de qualidade.
"Como forma de acrescentar maior representatividade econômica, a cadeira produtiva da uva e do vinho, surgiu como elemento que contribui de forma significativa para fomentar o crescimento econômico da região do Vale do Submédio São Francisco, principalmente, por meio da promoção de emprego e renda, estruturação de novos empreendimentos que auxiliam direta e indiretamente o processo de produção e comércio da uva e dos seus derivados (vinho, suco, bebidas destiladas e produtos de beleza). De forma singular, a combinação dos fatores: clima; disponibilidade significativa de terras minimamente cultiváveis e água; formatação de estrutura de irrigação; e um processo de embarque substancial de tecnologia (melhoramento genético, máquinas e implementos agrícolas e um eficiente manejo de produção), criaram um ambiente de extrema eficiência técnica e com isso, o surgimento de um mercado produtor de elevada relevância para o cenário econômico da região do Nordeste brasileiro, bem como, no âmbito nacional", finalizou a professora.  

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