sexta-feira, 19 de julho de 2019

Mães de crianças com microcefalia protestam por atraso de benefício pago pelo Governo Federal


Mais de 80 mães de crianças com síndrome congênita do vírus zika se reuniram em frente à agência do INSS, na Avenida Mário Melo, no bairro de Santo Amaro, Centro do Recife, para protestar contra os cortes do Benefício de Prestação Continuada (BPC). O benefício é garantido para as crianças que nasceram com microcefalia. Para ter acesso ao valor de R$ 988 mensais, é preciso ter renda familiar menor que 1/4 do salário-mínimo vigente.

Apesar de ser garantido por lei, mais de 20 mães reclamam que estão com o dinheiro bloqueado desde o último mês de junho. Membros da União de Mãe de Anjos (UMA) se mobilizaram em protesto a falta de repasse. A maior parte das mulheres que dependem do benefício ficam impedidas de voltar ao mercado de trabalho e custeiam medicamentos, alimentação, tratamento, além de aluguel e contas domésticas, com o salário mínimo, já que os filhos precisam de atenção integral. 

"Fui no banco fazer a prova de vida, mas disseram que o valor foi bloqueado pelo INSS. Não conseguimos resolver e as contas estão chegando. Moro de aluguel, meu marido está desempregado e não tenho condições de trabalhar porque preciso cuidar da minha filha o dia todo. Infelizmente estamos passado por esse desgaste de ter que ir para rua exigir algo que temos direito. É uma falta de respeito ", reclama Gleyse Kelly, de 31 anos, que está no 7° mês de gestação, é mãe de Maria Geovana, de 3 anos e 9 meses, portadora de microcefalia, e mais outras três crianças.

A resposta que muitas dessas mulheres recebem no INSS é que seria preciso aguardar de 30 a 80 dias para voltar a receber o BPC. No entanto, os custos aumentam com o leite e os remédios. "Uma lata do leite específico para as crianças custa R$ 60 e dura apenas quatro dias. Gasto mais de R$ 500 em medicamentos. Eu parei de trabalhar para cuidar do meu filho e estou pedindo dinheiro emprestado para compensar as dívidas", lamenta Jaqueline vieira, 28, mãe de Daniel, de 3 anos e 9 meses e João Pedro, de 7 anos.

Resposta

O Diario procurou o Instituto Nacional do Seguro Social (INSS), que informou não responder sobre o assunto. A reportagem, então, procurou o Ministério da Cidadania e aguarda um posicionamento do órgão. (Diário de Pernambuco)

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