domingo, 29 de abril de 2018

Eleição do PT do Recife é mais um capítulo da disputa no partido


Em meio ao racha interno sobre a posição de candidatura própria ou aliança com o PSB, o PT realizou neste sábado (28) a eleição do novos membros do Diretório do Recife. O pleito, vencido por Demetrius Fiorante, foi mais um episódio que evidenciou a divisão entre os petistas.
A vitória de Fiorante – ligado ao vice-presidente estadual do PT, Oscar Barreto, defensor de um diálogo sobre uma composição com os socialistas – veio após a tentativa frustrada de se chegar uma consenso em torno de um nome na disputa, que contava também com o membro do Diretório Estadual Felipe Cury.
Cury, que defende candidatura própria, acabou retirando a sua candidatura depois de tentar rediscutir um acordo sacramentado em 2016 com o então presidente do PT Recife Osmar Ricardo, que deixou a sigla e se filiou ao PCdoB, fazendo duras críticas à vereadora Marília, pré-candidata ao governo do Estado. Quadro histórico do PT, o ex-prefeito do Recife João Paulo foi o primeiro a deixar o partido e ingressar no PCdoB, comandado pela deputada federal Luciana Santos.
O compromisso tratava da composição dos Diretórios estadual e municipal, além da candidatura própria ao governo de Pernambuco. Com a desfiliação de Osmar Ricardo, Felipe Cury queria rever os pontos do acordo e voltar a colocar em pauta a posição de lançar um nome da legenda à disputa pelo Palácio das Princesas com o cuidado de não rachar mais o PT. Além de Marília, disputam a indicação da sigla para a disputa pelo governo o deputado estadual Odacy Amorim e o militante José de Oliveira.
Segundo Cury, a questão não estava sendo posta dentro do processo eleitoral da nova composição do Diretório da capital. Na avaliação dele, os apoiadores de uma aliança com o PSB do governador Paulo Câmara têm que se manifestar de “forma mais clara” internamente. 
Não houve acordo e ele e seus apoiadores acabaram se abstendo da votação. Cury afirmou em entrevista ao Blog de Jamildo que o PT está distante de sua base de militantes e criticou o que chama de “burocratização” da máquina partidária.
“As forças que disputam, de maneira majoritária o PT hoje só enxergam o aparelho como a única maneira de fazer política. Por isso que tem essa distância entre a direção do PT e a base militante. E o que é mais impressionante é que a opção é sempre a mesma: a de empurrar essa instância para a burocratização. Saio maior por cada vez mais querer reconstruir o PT com forças que declararam apoio a nossa candidatura”, afirmou.
Jamildo

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