Pernambuco

quinta-feira, 22 de agosto de 2019

Documentário sobre o Rio Pajeú estreia nesta quinta-feira em Recife


Uma viagem da nascente até a foz do Pajeú, um rio que nem sempre tem água, mas que é cercado de poesia, música, arte, lendas e histórias. Este é o trajeto realizado no documentário pernambucano “O Rio Feiticeiro”, que estreia nesta quinta-feira (22), às 18h30 na programação do Canal Curta! O filme é uma iniciativa da Luni Produções selecionada em chamada pública do Curta!
A obra tem direção de Alexandre Alencar, que também assina o roteiro ao lado de Aquiles Lopes e Lula Queiroga. Poeta, músico e herdeiro de uma longa linhagem de cantadores e artistas, Antônio Marinho atua no documentário como um fio condutor. Ele apresenta aos espectadores um rio que corta o Sertão de Pernambuco de uma ponta a outra, nascendo e morrendo dentro do Estado, desde a Serra da Balança, em Brejinho, até o encontro com o São Francisco, em Floresta.
“Existe um curso físico do rio Pajeú, que nem sempre tem água correndo. Fizemos este caminho para encontrar o sentimento pajeuzeiro, que dá unidade e pertencimento às pessoas que vivem nessa região”, explica Aquiles, que também foi o responsável pela pesquisa e argumento do projeto. O título do filme é uma alusão ao próprio rio, porque Pajeú em tupi quer dizer “o rio do pajé”.
O documentário traz depoimentos de poetas, escritores, cantadores e outros artistas que vivem nas cidades formadas às margens do rio. Brejinho, Tuparetama, Afogados da Ingazeira, Ingazeira, Serra Talhada e São José do Egito estão entre os principais municípios visitados.
“Trouxemos para a tela a beleza e a força da paisagem sertaneja. Encontramos um rio cheio em muitos pontos, com a água vertendo, o que trouxe um colorido especial para o projeto. Em outros lugares, ele é apenas um filete, mas sua magia está lá. Nossa intenção era captar o ambiente que cerca as pessoas e as cidades”, disse Alexandre Alencar.
O documentário também foi em busca de jovens realizadores da região que estão produzindo atualmente, unindo as informações do passado com a tecnologia e as possibilidades disponíveis agora. Outro aspecto que surpreende quem já percorreu a região é a presença crescente de mulheres nos embates poéticos de improviso, as chamadas “Mesas de Glosa”, antes restritos apenas aos homens.
“Tem muita coisa acontecendo no Sertão, muita gente criando e produzindo. Existe uma reverência aos grandes poetas do passado, que são citados frequentemente e existem muitos jovens fazendo trabalhos de qualidade”, avalia Alexandre.
O filme recebeu financiamento do Fundo Setorial do Audiovisual, com produção executiva de Danielle Hoover. A trilha sonora, delicada e envolvente, é de Lula Queiroga e Jean Pierre e a montagem foi realizada por Mauro Galvão na Luni Produções.

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