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terça-feira, 15 de agosto de 2017

Bezerra Coelho fala pela primeira vez que seu grupo político pode ter candidato ao governo estadual


Em visita a municípios do Sertão do São Francisco, seu principal reduto eleitoral, o senador Fernando Bezerra Coelho (PSB) expôs, pela primeira vez, a possibilidade de seu grupo político lançar um candidato ao governo do estado em 2018. Em entrevista a rádios e blogs da região sertaneja, ele disse que Pernambuco hoje vive um clima de “mudança” semelhante ao de 2006, quando Jarbas Vasconcelos (PMDB) estava no poder há oito anos e a oposição venceu a disputa estadual, emplacando Eduardo Campos (PSB) para o Palácio das Princesas. Fernando Bezerra visitou os municípios de Lagoa Grande, Santa Maria da Boa Vista, Orocó e Cabrobó. “Não tem nada decidido, claro que existem outros nomes, mas a gente caminha para apresentar um nome do nosso grupo político e eu estou muito animado”, confessou, mas sem cravar nomes.
Em Lagoa Grande, onde foi recebido pelos ex-prefeitos Robson Amorim e Dhoni Amorim, ambos do PSB, Fernando Bezerra admitiu que tem ouvido queixas sobre o governo de Paulo Câmara (PSB). Os dois informaram ao senador, inclusive, que estão dispostos a mudar de legenda, caso ele saia do PSB. “O momento político que nós estamos vivendo aqui no estado é muito parecido com 2006. Em 2006, você tinha oito anos de governo do PMDB, havia um sentimento de mudança. Em Pernambuco, você começa a ver uma série de críticas em relação à atua administração e tem, portanto, um clima de mudança que é possível ser identificado não só conversando com a população, mas, sobretudo, nas pesquisas que estão sendo feitas”.
Ao longo da semana, as viagens de Fernando Bezerra também vão se estender ao sertão do Araripe e ao Sertão Central. Oficialmente, ele está ouvindo demandas dos prefeitos, recolhendo sugestões e prestando contas de seu mandato. As conversas realizadas pelo senador, ontem, incluíram lideranças políticas do PSB, PT e PTB, sendo que os dois últimos partidos estão em campos opostos ao do senador, que deve se filiar ao Mude, novo nome cogitado para o Democratas.
Embora Fernando Bezerra não tenha descartado a hipótese de continuar no PSB, os aliados dão como certa a saída dele e do seu grupo político do partido. Já há três deputados federais, por exemplo, que podem seguir o caminho a ser escolhido pelo senador. Bezerra Coelho, no momento, está trabalhando com a possibilidade de emplacar o nome do seu filho, o ministro de Minas e Energia, Fernando Filho, como candidato. Mas ele mesmo pode ser o candidato.
Gonzaga Patriota - Filiado ao PSB e também com reduto eleitoral em Petrolina, Gonzaga Patriota tem cogitado sair do PSB, segundo informações de bastidores, bem como João Fernando Coutinho e Marinaldo Rosendo. Patriota não faz parte do grupo de Fernando Bezerra Coelho - por muito tempo, inclusive, foram adversários políticos. Sendo que, desde que Miguel Coelho ganhou a eleição para prefeito de Petrolina, Gonzaga tem se aproximado do prefeito e vestido camisa azul, cor usada na campanha de Miguel Coelho. No interior, uma cor de camisa tem um efeito simbólico sobre as pessoas porque as identifica como sendo de um lado ou de outro. Dificilmente Gonzaga se filiaria ao DEM, partido que deve abrigar a família Coelho, mas o nome do DEM será mudado nesse processo de reforma política. Gonzaga estuda opções partidárias, mas não tomou nenhuma decisão.
Quem está articulando a mudança partidária dos Coelho é o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ). Maia tem conversado frequentemente com a família Coelho, que passou a ter muita força política no Sertão. O presidente da Câmara chegou a prestigiar o casamento de Miguel Coelho no mês passado. Na época, Maia estava como presidente interino do Brasil.

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