ACADEMIA

terça-feira, 1 de agosto de 2017

MPPE: confiança e admiração construídos no dia a dia


É manhã cedo em Afogados da Ingazeira. A movimentação de uma terça-feira começando não é muito diferente da de qualquer município do interior pernambucano: trabalhadores indo para o batente, a meninada sonolenta caminhando em ritmo de inércia para a escola, pontos de ônibus cheios de gente. A cidade não para, só cresce e o povo vai junto. Com suas necessidades cotidianas assoprando baixinho no ouvido, o habitante deste lugar politizado e cheio de poesia desponta, segundo pesquisa de opinião realizada em maio pelo Instituto Uninassau, como o pernambucano que mais confia no Ministério Público de seu Estado.
De acordo com o levantamento, feito com 2.263 pessoas acima de 16 anos de 21 municípios pernambucanos, é em Afogados da Ingazeira onde o MPPE ostenta os melhores índices de confiabilidade e admiração: das pessoas residentes na cidade e entrevistadas pelos pesquisadores, 74% disseram que admiram a instituição, enquanto 70% afirmaram confiar no Ministério Público de Pernambuco (nesta última pergunta, Pesqueira, no Agreste Central, registrou 71% de respostas “sim”). Em outros dois quesitos, o afogadense também se destacou à frente dos moradores de outros municípios: 86% sabem onde fica o prédio do MP e 51% conhecem membros das instituições na cidade.
“Tive um problema com a compra de um terreno de herdeiros e precisei do Ministério Público”, diz o corretor de imóveis, Tony Carlos da Silva Ramos, de 45 anos. Com sua motocicleta estacionada em frente à sede do MPPE em Afogados, nas Praça Monsenhor Arruda Câmara, Tony aprovou a atuação da instituição em seu caso. “Tudo foi resolvido. Fui bem recebido e, se precisar, venho de novo”, reforça.
Na mesma praça, onde ficam ainda a Catedral do Senhor Bom Jesus dos Remédios e a Prefeitura Municipal, uma turma de mulheres faz exercícios guiadas por um instrutor. Entre elas, Cícera Carla Souza Araújo, de 46 anos. Ela também faz elogios à atuação do MPPE na cidade. “Meu problema foi logo solucionado. Sei que muita gente que já precisou e ficou satisfeito. Eu volto se precisar”.
Mais distante dali, na Avenida Manoel Borba, o mototaxista Alexandre Gonçalves de Queiroz, de 39 anos, dá o aval: “É muito fácil chegar lá. Fica num lugar central, todo mundo sabe onde é o Ministério Público”. Alexandre não é caso isolado: praticamente todos os abordados pela reportagem sabiam na ponta da língua o nome de pelo menos um promotor local – atuais ou antigos.
Em Pesqueira, que divide com Afogados da Ingazeira as primeiras colocações na pesquisa, o MPPE na perspectiva da população pernambucana, a situação é similar. Numa roda de dominó de uma tarde fria de julho, em plena Praça Dom José Lopes, no Centro os participantes do jogo são unânimes em afirmar que confiam na atuação dos promotores locais. Com a mão cheia de peças, o professor Júlio Felipe Sabino, de 43 anos, fez questão de salientar que teve sua demanda solucionada de forma “imparcial e atuante”: “Não era tão complicado, mas foi resolvido. Eu confio no MP sim”.

Diante desses depoimentos espontâneos, surge a pergunta que levou o MPPE na Estrada a pegar a BR-232 e buscar as respostas in loco: o que faz com que a relação entre MPPE e a população de Afogados de Ingazeira e Pesqueira seja tão próxima? É o que você vai saber amanhã, na segunda reportagem da série.

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