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quinta-feira, 10 de agosto de 2017

Transferências do Governo Estadual para Prefeitura do Recife em período eleitoral repercutem no Plenário


A diferença nos repasses do Governo Estadual para a Prefeitura da Cidade do Recife (PCR) entre o ano de 2016 (eleições municipais) e períodos não-eleitorais foi debatida pelos deputados na Reunião Plenária desta quarta (9). Segundo dados de portais de transparência do Estado, coletado pelo líder da Oposição, Sílvio Costa Filho (PRB), entre dezembro de 2015 e junho de 2016 foram repassados cerca de R$ 101,5 milhões do Estado para a Capital em transferências não-obrigatórias de recursos entre os entes. Em comparação, segundo o parlamentar, entre janeiro e novembro de 2015 esse tipo de repasse foi de R$ 2,15 milhões e de novembro de 2016 até julho deste ano foi de R$ 2,9 milhões.
Sílvio Costa Filho declarou que ficou “estarrecido com a postura de Paulo Câmara em executar uma ação eleitoreira para beneficiar seu aliado Geraldo Julio”. O deputado prometeu levar o caso para o Ministério Público de Pernambuco e para o Ministério Público Eleitoral. “Fui vereador pelo  Recife e defendo que o governador faça investimentos em nossa cidade. Mas o que essa ação mostra é uma desatenção com o povo da Capital, que foi feito de tolo por esse Governo”, afirmou.
O líder foi acompanhado por Edilson Silva (PSOL) e Priscila Krause (DEM) na cobrança de esclarecimentos pela diferença nos repasses. “Pelo volume dos recursos, é um assunto gravíssimo. Estamos falando de uma gestão que está há dois anos e meio dizendo que não tem recursos e que todos os contingenciamentos são incontornáveis”, criticou Silva. “Chama a atenção que se aplicam pesos e medidas diferentes para a própria cidade em diferentes períodos. No momento em que o Governo precisou, foi feita uma maquiagem no Recife”, comentou Krause.
Em resposta, o líder do Governo, Isaltino Nascimento (PSB), destacou que a parceria com municípios é uma premissa do modelo de gestão do Estado. “Historicamente todos os governos investem mais no Recife, até porque a capital tem maior capacidade de oferecer contrapartida  para os convênios. Falar que o Estado tentou intervir na eleição de 2016 é uma falácia”, considerou. “Esse valor foi utilizado para ações estratégicas como o Compaz do Alto Santa Terezinha e o Hospital da Mulher do Recife (HMR), que atendem a um clamor do povo recifense”, relatou.
Os deputados Rodrigo Novaes (PSD) e Waldemar Borges (PSB) reforçaram o posicionamento do líder governista. “Sílvio Costa Filho preferia que o Compaz, o HMR, as UPAs e creches que foram prometidas não fossem entregues? A administração pública tem discricionariedade para aumentar repasses, como será necessário agora para os municípios da Mata Sul, atingidos por enchentes, por exemplo”, argumentou Novaes.
Costa Filho acrescentou “que o PSB usa de todos os instrumentos para ganhar eleições”. Segundo o parlamentar, isso vai ser comprovado com a delação do empresário João Carlos de Lyra à Polícia Federal. “Isso é o gesto de uma Oposição que não conseguiu reconhecer a derrota acachapante que teve nas últimas eleições.”, frisou Waldemar Borges. “Paulo Câmara e Geraldo Julio têm uma vida transparente, enquanto o Governo do Estado precisou devolver milhões de reais à União após a passagem de Sílvio Costa Filho pela Secretaria de Turismo”, comparou Borges. Já para a deputada Priscila Krause, as respostas do Governo mostram “como o Governo busca a desqualificação política e, às vezes, pessoal de seus adversários”.

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