ACADEMIA

quinta-feira, 21 de junho de 2018

Caatinga: projeto do Estado prevê corte de 45 hectares em Pernambuco


Um mês após o Poder Executivo conseguir a aprovação da Assembleia Legislativa de Pernambuco para desmatar 18 áreas de floresta de Caatinga às margens do rio Pajeú que, somadas, equivalem a 54,48 hectares, onde está em fase de conclusão a Barragem da Ingazeira, um outro pedido para desmatar mais Caatinga está em trâmite na Casa Legislativa. Na solicitação, enviada por meio de projeto de lei, o governador de Pernambuco, Paulo Câmara, pede a supressão de uma área de 45,35 hectares - equivalente a cerca de 45 campos de futebol -, composta de vegetação com espécies exóticas e nativas do bioma, para a construção da barragem de São Bento do Una, no município de mesmo nome.
Entre as considerações, Paulo Câmara assegura que a supressão de Caatinga será “devidamente compensada, com a preservação ou recuperação de ecossistema semelhante”, ou seja, de preservação permanente. Essas flexibilizações na lei, que permitem desmatar Áreas de Preservação Permanente (APPs) com a justificativa de que se tratam de “obras de interesse público”, é uma das críticas mais persistentes de estudiosos da área ambiental.
Para o professor de biologia da Universidade de Pernambuco (UPE) Clemente Coelho, fica a incerteza se as compensações ambientais são mesmo feitas. Ele criticou, inclusive, a morosidade com a qual esse processo é feito. “Suape, por exemplo, naquela supressão gigantesca de mangue, um levantamento feito até 2015 mostrou que nada havia sido compensado. Só depois que transformaram áreas já protegidas em Unidades de Conservação (UCs)”, criticou.

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