Delegada ganha destaque no combate à corrupção em Pernambuco

Há nove anos na Polícia Civil de Pernambuco, a delegada Patrícia Domingos vem ganhando cada vez mais destaque na mídia pelo trabalho desenvolvido no combate à corrupção. Neste ano, ela já comandou pelo menos três grandes operações envolvendo denúncias de fraudes em licitações e lavagem de dinheiro em prefeituras e também indiciou gestores e empresários acusados de corrupção no Governo do Estado.

Discreta nos casos em que atua e sem exageros quando está na frente das câmeras, a delegada Patrícia Domingos comanda as investigações que resultaram, nesta semana, no afastamento do prefeito de São Lourenço da Mata, Bruno Pereira, de dois secretários e de quatro servidores. O inquérito, ainda em andamento, apontou indícios de fraudes em diversas licitações, como na aquisição de medicamentos, com a participação de empresários e funcionários fantasmas.

Nos bastidores, colegas de trabalho e profissionais de segurança já deram até um apelido para Patrícia: a “Sérgio Moro” da Polícia Civil de Pernambuco. Não à toa.

Em fevereiro deste ano, a delegada Patrícia Domingos prendeu três empresários e um funcionário público suspeitos de de participar de um esquema de desvio de dinheiro na Prefeitura de Panelas, no Agreste do Estado. Pelo menos R$ 1 milhão teria sido desviado. O esquema envolvia setores como eventos e limpeza urbana.

Em abril, uma operação, a partir de investigações feitas pela delegada, prendeu policiais civis e militares envolvimentos em esquema de extorsão contra um comerciante no Centro do Recife.

Foi também Patrícia quem investigou e indiciou o ex-gestor do Centro Integrado de Operações e Defesa Social (Ciods), o coronel Ricardo Fentes, por corrupção passiva e falsidade ideológica. Investigações apontaram que o esquema, iniciado em 2015, envolvia pagamento de propina relacionada a contratos com empresas que prestavam serviços ao órgão ligado à Secretaria de Defesa Social.

Em junho, a delegada anunciou o indiciamento do ex-comandante do Batalhão da Polícia Rodoviária (BPRv), o tenente-coronel Clóvis Fernando Pereira, e o então chefe de Fiscalização e Vistoria do Departamento de Estradas de Rodagem de Pernambuco (DER-PE), Laurent Licari, além de dois empresários ligados a empresas de ônibus. Os dois primeiros foram indiciados por corrupção passiva. Os outros dois por corrupção ativa. Segundo Patrícia Domingos, o esquema envolvia o direcionamento de fiscalizações direcionadas para três empresas específicas com o objetivo de prejudicá-las.