ACADEMIA

sábado, 15 de abril de 2017

Delator diz que Pastor Everaldo recebeu propina para favorecer Aécio em debate


Fernando Reis, ex-diretor da Odebrecht Ambiental, afirmou em depoimento que, na campanha presidencial de 2014, pediu ao então candidato a presidente Pastor Everaldo (PSC) que ajudasse o candidato Aécio Neves (PSDB) no debate eleitoral do primeiro turno.
De acordo com Reis, a intenção era que o tucano tivesse mais tempo para expor suas ideias e, assim pudesse chegar ao segundo turno. O executivo não esclareceu se Aécio tinha conhecimento do pedido feito a Pastor Everaldo. Ele ainda disse que, analisando o debate dos presidenciáveis no primeiro turno, é possível perceber que o Pastor “fez perguntas simples, inócuas, para que o candidato Aécio pudesse ter tempo na televisão”.
Essa orientação foi dada depois que a candidatura de Pastor Everaldo perdeu fôlego. Quando Marina Silva herdou a candidatura de Eduardo Campos, morto em um acidente aéreo, o eleitorado de Pastor Everaldo, formado em grande parte por evangélicos, migrou para ela. “Ele já entendia que a candidatura dele tinha terminado. Então, como a gente se sentia de alguma forma credor por ter contribuído tanto para a campanha dele, eu sugeri a ele que usasse o tempo do debate sempre pra perguntar ao candidato Aécio”, detalhou Reis.
Diversos repasses foram autorizados por Reis para a campanha de Everaldo, via caixa dois, a partir do fim de 2013. O valor total chega a aproximadamente R$ 6 milhões, segundo o delator. Os pagamentos foram feitos a Rogério Vargas, que costumava acompanhar Pastor Everaldo nas reuniões com os executivos da Odebrecht.
A delação de Renato Medeiros também menciona pagamentos feitos ao então candidato do PSC por meio de Vargas. O delator contou à Procuradoria que um dos pagamentos, no valor de R$ 1 milhão, foi feito em duas parcelas de R$ 500 mil. “Nesse caso específico, pelo que me recordo, esse pagamento seria feito no escritório do senhor Rogério Vargas”, disse.
O Pastor Everaldo disse em nota que “todas as doações recebidas pela sua campanha, em 2014, obedeceram à legislação vigente”. Afirmou ainda que confia na Justiça e que “obrigará as pessoas envolvidas em acordos de colaboração a comprovar as supostas acusações”.
COM A PALAVRA, O PSDB
Sabidamente a campanha de reeleição da presidente Dilma Rousseff foi a principal beneficiada com recursos da empresa Odebrecht em 2014. Marcelo Odebrecht informou o pagamento de pelo menos R$ 150 milhões para a campanha da ex-presidente.
O candidato do PSDB Aécio Neves participou de todos os debates, realizados ao vivo e testemunhados por milhões de brasileiros, respondendo a perguntas de todos os seus adversários na campanha.
Ele não tinha informações sobre doações feitas pela Odebrecht a outras campanhas. Registramos ainda que, em suas delações, Marcelo Odebrecht e Benedicto Júnior afirmaram que o candidato do PSDB não recebeu uma contribuição da empresa no valor de R$ 15 milhões porque se recusou a receber recursos no exterior.
Na delação, Marcelo declarou também que doações eleitorais feitas ao senador Aécio Neves não tiveram qualquer tipo de contrapartida.
Assessoria do PSDB
COM A PALAVRA, PASTOR EVERALDO
Em relação às notícias veiculadas sobre um suposto recebimento ilegal para a campanha do Pastor Everaldo à Presidência da República, em 2014, a assessoria de imprensa do Pastor informa que:
A campanha do Pastor Everaldo foi bastante modesta, com gastos de R$ 1,4 milhão de reais, e as doações obedeceram à legislação vigente. A campanha deixou dívidas que estão sendo pagas até hoje.
A atuação política do Pastor Everaldo sempre foi pautada pela defesa do Estado mínimo, das privatizações e da família. É absolutamente fantasiosa a afirmação de que as bandeiras da campanha de 2014, ou a participação do Pastor, em qualquer debate, tenham sido influenciadas por uma empresa.

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