ACADEMIA

domingo, 9 de abril de 2017

Porque os governantes insistem em não modernizar o trânsito da sua cidade. Arcoverde dá lição ao Estado


Arcoverde, município que marca a entrada do Sertão pernambucano, está colocando o Recife e o resto do interior do Estado inteiro no bolso. Pelo menos sob a ótica das inovações na gestão do trânsito. Como se não bastasse oferecer, desde 2012, parquímetros para controlar as vagas de Zona Azul, no lugar do ultrapassado e permissivo talão, o município está disponibilizando aos motoristas, há menos de 30 dias, um aplicativo para pagamento pelo uso das vagas rotativas. O Digipare é um sistema virtual de venda de tíquete de estacionamento, facilmente acessado pela web ou pelo APP no smartphone. Além da modernização do processo, o que facilita em muito a vida dos motoristas, tanto o APP como os parquímetros eliminam a figura dos flanelinhas, sempre incômoda na intensa luta que é encontrar vagas para estacionar um veículo nas ruas das cidades. Essa, talvez, seja a principal vantagem da adoção do modelo digital, na opinião da Autarquia de Trânsito de Arcoverde (Arcotrans). Diante da evolução de Arcoverde, é impossível não comparar com a Zona Azul do Recife, há 20 anos implantada e desde então limitada ao papel, que não só facilita as fraudes, mas também alimenta a cobrança ilegal e, muitas vezes, intimidadora dos flanelinhas.
Como a maioria dos APPs, o Digipare é de fácil utilização. Após fazer o cadastro, o motorista informa a placa do veículo e escolhe o tempo de permanência. No caso de Arcoverde, é preciso ocupar a vaga por ao menos 30 minutos. Cada hora custa R$ 1,60 e o motorista pode fracionar o tempo da forma que quiser, desde que respeite o prazo mínimo de 30 minutos e não ultrapasse 4 horas de permanência. Afinal, trata-se de estacionamento rotativo.
O APP já é uma evolução, mas a gestão da Arcotrans destaca que os parquímetros tinham promovido uma grande mudança no disciplinamento do estacionamento rotativo da cidade. São 17 máquinas para atender 356 vagas. O respeito ao pagamento chega a 93% e flanelinhas já não existem mais onde os equipamentos estão instalados.
Recife deveria ter a Zona Azul digital há tempo. É eficiente porque disciplina o uso das vagas e evita custos para a gestão com a impressão dos talões. “E, o mais importante: acaba com os flanelinhas porque torna os motoristas independentes", ressalta Vladmir Cavalcante, da Arcotrans
O serviço é terceirizado. Trata-se de uma concessão pública, escolhida via licitação. O município paga mensalmente e a empresa é quem fiscaliza o pagamento. A gestão ainda recebe 8,5% do lucro com a arrecadação.

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